Podes Ter Tempo para Tudo – Ler à Sexta
Da pontualidade ao dizer não, passando pela delegação de responsabilidades, Podes Ter Tempo para Tudo, é um brilhante exercício de análise e introspecção, para honrares o teu tempo e vida, pela psicóloga Patricia Ramírez.
Bem-vindo a mais um Ler à Sexta…
Podes Ter Tempo para Tudo, de Patricia Ramírez
Patricia Ramírez toca um dos assuntos mais importantes da atualidade, que é a gestão de tempo, ajudando o leitor em amplas reflexões, mas também em mudanças através de exemplos práticos. Se a pontualidade é um calcanhar de aquiles, a psicóloga traz reflexões:
A pontualidade é determinada na planificação, não nos metros finais antes de se chegar ao ponto de encontro. Ninguém nasce pontual ou impontual. A pontualidade é algo que se ensina e se pratica. Para ser pontual deves considerar a pontualidade um valor importante na tua vida. Querer ser pontual é um gesto de amor e consideração pelo outro. Se fores dessas pessoas que se acham incapazes de se organizar, que nem dão pelo tempo passar, que subestimam o tempo que demoram a fazer tudo e que chegam sempre atrasadas, devo dizer-te que é muito difícil vires a fazer uma boa gestão do tempo e a ser capaz de fazer tudo aquilo a que te propões sem que antes aprendas a ser pontual.
Neste primeiro exercício, proponho que identifiques o que é que te leva a perder tempo e a chegar atrasado, porque é possível que a solução para este problema esteja aí.
A dificuldade em colocar limites e saber dizer que não torna-se, muitas vezes, uma razão para ansiedade ou mesmo depressão, mas nessa dificuldade encontram-se grandes pontes para o nosso crescimento.
Antes de dizer que não…
- Tem em conta as necessidades da pessoa em causa. Não é o mesmo que um filho te peça de vez em quando para o levares à escola de carro em vez de ir de transportes públicos porque assim se despacha mais rápido e pode rever a matéria antes de um exame do que fazê-lo todos os dias por lhe ser mais cómodo. Na primeira situação existe uma necessidade pontual que te pode fazer ceder perante a tua «perda» de tempo, ao passo que na segunda há um elemento de egoísmo por parte de alguém que quer ter mais comodidade à custa do teu tempo.
- Com que frequência te costuma pedir favores? Se é alguém que costuma resolver as coisas por si mesmo, que não costuma pedir favores, talvez o seu pedido esteja relacionado com uma necessidade real. Mas existem pessoas que, apesar de serem perfeitamente capazes de resolver os seus assuntos, não deixam de procurar outras pessoas que o façam por elas. No caso concreto dos filhos, ao cedermos a este tipo de pedidos estamos a impedir que explorem as suas capacidades e ganhem experiência no âmbito do trabalho ou da disciplina.
- Quais são as tuas prioridades? Mesmo que o teu filho tenha um exame ou que alguém que habitualmente não te pede favores te peça ajuda, se tiveres algo de urgente ou importante para fazer, deves parar para pensar.
A decisão de ceder perante a necessidade do outro pode acarretar consequências negativas para ti. Não deves adiar um exame médico, uma reunião de trabalho ou qualquer outro assunto que, na tua escala de valores, seja inegociável porque alguém te pede um favor.
- Avalia as consequências de dizer que não. Há nãos que te podem passar fatura, justa ou injustamente. Podia sugerir-te que fizesses valer a tua dignidade e vivesses sempre de acordo com o que achas que mereces, mas a verdade é que a vida tem uma série de regras, injustas mas reais, com as quais há que aprender a viver. Assim, apesar de a tua hora de saída do trabalho ser às cinco da tarde, se o teu chefe te convocar para uma reunião a essa hora, se calhar tens mesmo de ceder. Outra coisa seria se isso se viesse a tornar um habito, uma alteração às condições previstas no contrato, e que isso te fizesse repensar as cedências que estás disposta a fazer.
- Quando não tiveres a certeza se queres aceitar ou rejeitar um pedido, pede tempo para decidir. Tal como não és obrigado a aceitar todos os pedidos que te são feitos, também não és obrigado a dar uma resposta sem antes refletir. Há favores que não são imediatos. Imagina que és avó, jovial e ativa, e que tens uma série de atividades planeadas para o fim de semana, quando, sem que nada o fizesse prever, a tua filha te pede que fiques com o seu filho nesses dias. Gostas muito de estar com o teu neto, mas também gostas das atividades que tens previsto fazer com as tuas amigas. Nestas situações é sempre bom pedir tempo para pensar no assunto e propor uma solução alternativa. Se a pessoa te exigir uma resposta imediata, diz-lhe com franqueza que não a podes dar, sem mais explicações.
Como dizer não?
Não existe uma norma geral para aprender a dizer não; depende de muitos fatores. Mas uma vez ponderados esses fatores, só resta transmiti-lo de maneira assertiva. Ser capaz de dizer não e de recusar pedidos faz parte da lista de comportamentos assertivos. Isto é, faz parte da lista de pessoas que se relacionam sem ansiedade, sabendo respeitar o seu tempo, sabendo estabelecer limites para os outros sem deixar de transmitir amor, agrado e afeto; de pessoas que sabem aceitar e fazer elogios, que sabem falar em público. Por isso, quanto mais cedo adquirires essa aptidão, mais cedo poderás encarar relaxadamente essas situações que nem sempre são cómodas.
Dizer não permite-te dar valor ao teu tempo, exercer controlo e saber que és tu quem decide em que projetos te queres envolver; saber quem está mesmo contigo e quem só está contigo por con-veniência. Dizer não também te ensina a procurar reconhecimento em ti mesmo em vez de o procurares no que dás aos outros.
E abrir mão da nossa necessidade de fazer tudo? Como delegar e saber delegar?
A princípio não deves abrir mão do controlo da tarefa delegada
Delegar exige, sobretudo a princípio, que se mantenha um certo nível de controlo sobre a tarefa delegada. Afinal de contas, continuas a ser responsável pelo resultado dessa tarefa, sobretudo em situaçoes em que és formalmente responsável pelo resultado.
Delegar não é largar algo indesejado como se estivesse a queimar-te as mãos e desinteressar-se por completo do assunto.
Sinopse
CHEGAR A TUDO É FÁCIL, SE ESCOLHERMOS BEM O QUE CABE NA PALAVRA «TUDO».
Não nos enganemos: segundo a conhecida psicóloga e conferencista Patricia Ramírez, para termos tempo precisamos de fazer drásticas mudanças de vida. E estas mudanças não são opcionais: o ritmo a que vive a maior parte de nós, a contracorrente da saúde mental, simplesmente não é sustentável.
Mais cedo ou mais tarde, teremos de parar e de repensar a nossa vida; não será melhor fazê-lo o mais cedo possível?
O método de Patricia Ramírez é simples e eficaz: para chegares a tudo, começa por chegar a menos. Pois esse teu menos é o teu tudo.
Neste livro, não encontrarás conselhos para fazer mais, ser mais produtivo, ter mais horas no dia ou organizar a tua agenda como se fosse um jogo de Tetris. Antes pelo contrário: este livro vai purgar da tua vida conceitos como «depressa», «para ontem» e «urgente». Aprenderás aqui a honrar o teu tempo e a desfrutá-lo em benefício da tua saúde física e mental. Encontrarás as ferramentas para descartares essa pressa que se tornou a tua melhor amiga, mas que é uma amiga bastante tóxica, e também para levares a cabo essa mudança de estilo de vida que te permitirá alcançar o luxo de viver com 24 horas plenas em cada dia.
O que este livro me trouxe
É um livro muito acessível, que toca nos pontos práticos que precisamos realmente refletir para uma melhor gestão de tempo, assim como o honrar da nossa vida que merece ser completa. Sinceramente, acredito que pode ser um livro que te poderá auxiliar a guiar para uma vida mais feliz. Desejo-te boas reflexões, mas também boas mudanças.
Podes ler mais sobre a autora e o livro no site da Pergaminho…
Podes ler um excerto do livro aqui…
Conhece Patricia Ramírez
Patricia Ramírez é psicóloga com mais de 25 anos de experiência clínica, escritora, conferencista e divulgadora de Psicologia em diferentes media. Conduz workshops sobre autoestima, life skills, ansiedade e mindfulness, entre diversos outros temas. É autora de uma dezena de livros de Psicologia que contam com mais de 125 000 exemplares vendidos em Espanha.
Podes ver o site da autora aqui…




