Esvaziar a taça é entregares-te à aprendizagem
Esvaziar a taça é um conceito japonês, que tantas vezes é contado através de histórias, sobre a importância de estarmos presentes e com uma mente limpa e predisposta ao que vamos aprender. Este é o grande truque e a grande sabedoria, para uma verdadeira aprendizagem e celebração da vida, assim como o honrar quem ensina e o que transmite.
Esvaziar a taça e a aprendizagem de Reiki
Começo por te contar a história de Nan-in, um mestre japonês durante a era Meiji, que recebeu um professor universitário que veio fazer perguntas sobre o Zen.
Nan-in serviu chá. Encheu a taça do seu visitante e continuou a servir.
O professor observou o transbordar da taça até que já não se conseguiu conter. “Está cheia demais. Não vai entrar mais nada!”
“Tal como esta taça”, disse Nan-in, “está cheia das suas próprias opiniões e especulações. Como posso mostrar-te o Zen se não esvaziares primeiro a tua taça?”
Em tudo na nossa vida, incluíndo na prática de Reiki, devemos saber esvaziar a taça, ou seja, retirar da mente expectativas, assim como preconceitos e outras aprendizagens, para vivenciarmos, refletirmos e sentirmos aquilo que estamos no momento a aprender.
Se o fizeres, todo o teu percurso será mais intenso, mais profundo e sem dúvida, com muito mais sabedoria. A partir daí, poderás aplicar a comparação com conhecimentos pré-adquiridos, ou sentires o que todo o teu saber te traz, usa sempre o pensamento crítico para discernir correto de incorreto e aplica em prática tudo o que aprendeste.
Só por hoje… como dizia o Mestre Usui.
Sobre o Mestre Nan-in
Nan’in provinha de uma família rica. A sua mãe era muito versada em clássicos e história. Quando tinha cerca de 20 anos, foi para Quioto para estudar com Satō e tentou compreender o Livro das Mutações (Ekikyō), um clássico chinês. Um dia, visitou o Hongan-ji (Higashi-Hongan-ji, a leste, ou Nishi-Hongan-ji, a oeste de Quioto) e sentiu-se ofendido pelos vastos edifícios. Noutro dia, seguiu Satō para visitar um templo Zen na Montanha Oriental (Tōsan). Satō perguntou ao sacerdote: “O que é o Zen?” O sacerdote respondeu: “O Zen não é outra coisa. Tu respiras pelas narinas. As pessoas Zen respiram por baixo dos pés. Essa é a única diferença”. Nan’in ficou surpreendido. Quando ficou doente, visitou o Monte Hiei. Rezou perante Kannon (deusa da misericórdia). No seu sonho, Kannon deu-lhe a receita. Ele encontrou a erva e ficou curado. Depois disso, tornou-se monge em Tentaku-in. Aos 27 anos de idade, visitou Gisan em Sōgen-ji, Okayama, e 羅山元磨 Rasan Gemma (1815-1867) em Bairin-ji. Após 8 anos de trabalho árduo, recebeu o Inka de Rasan. Quando tinha 38 anos de idade, ficou em Genyō-in, Shikoku. Mais tarde, foi transferido para Kannon-dō, em Gifu. Em 1866, quando tinha 52 anos de idade, foi para Tóquio com Mugaku Bun’eki e encontrou-se com Yamaoka Tesshū (1836-1888). Em 1892, Nan’in mudou-se para Ryū-un-in, reparou o antigo templo e fundou o Hakusan Dōjō. Ele viveu até aos 71 anos de idade.
Fonte: Terebess.hu
Um comentário
Isa Marçal
Obrigada João por este pedaço de história