
Para que serve a espiritualidade? Novas relações entre religião, saúde e espaços públicos
Em maio de 1984, durante a 37ª Assembleia Mundial de Saúde, uma decisão histórica foi tomada: a “dimensão espiritual” foi integrada ao programa de estratégia da saúde dos Estados membros da OMS [Organização Mundial de Saúde].
Quatorze anos mais tarde, o grupo especial do comitê executivo da entidade, destacado para revisar sua constituição, propôs que o preâmbulo do documento, onde se define o que é saúde, fosse alterado para: saúde é um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social, e não apenas a ausência de doenças ou enfermidades.
Em janeiro de 1998, os membros do comitê executivo endossaram a proposta e a resolução foi adotada pela OMS (Khayat, 1998:2009) (grifos nossos).
Apesar de significativas por terem sido realizadas no âmbito de uma agência com impactos globais, essas resoluções não são atos excepcionais na legitimação do vínculo entre saúde e espiritualidade. A elas se associam outros enunciados, que desde 1980 têm desdobrado essa conexão em dimensões múltiplas, cujas modulações entre os termos, apesar de relativas ao mesmo par, são plurais. Nesse período, pudemos observar um expressivo crescimento no número de centros de pesquisas, laboratórios e departamentos ligados a universidades, dedicados especificamente à relação entre saúde e espiritualidade. Esse crescimento, além de consolidar um novo horizonte analítico para as ciências médicas, também tem contribuído para a proliferação do uso da categoria “espiritualidade” no campo dos estudos sobre saúde.
Podes ler o PDF completo aqui…
Por Emerson Giumbelli e Rodrigo Toniol

