“Porquê?” é uma pergunta simples, mas é também uma pergunta importante.

O Grande Tratado de Perfeição da Sabedoria diz: “Apenas aqueles que têm fé podem entrar no grande oceano do Dharma”. A fé é o elemento mais importante para entrar no caminho do budismo. Para além da fé, há ainda outra forma importante de entrar no caminho que olha para o “porquê?”, que é entrar no caminho a partir da perspetiva da “dúvida”.

Há um ditado no Dharma: “pouca dúvida ganha pouco despertar. A grande dúvida ganha um grande despertar. Sem dúvida, não ganha nenhum despertar”. A dúvida é também um método para entrar no caminho do budismo. Se não houver dúvida, não haverá resposta. Uma pergunta desencadeará o pensamento, o que resulta em respostas. Quando uma pergunta é completamente respondida, a fé é desenvolvida e uma pessoa pode ser introduzida corretamente a estudos mais profundos do Dharma. Como resultado, o budismo Chan é o que mais defende o desenvolvimento de uma mente questionadora. Chan começa com um tópico para discussão, seguido pelo levantar de questões. A partir daí, todos desenvolvem dúvidas e investigam “porquê?

“Porquê?” é uma pergunta que é muito profunda, mas também uma pergunta que é maravilhosa, mas difícil de responder. Uma pergunta simples não se torna tão simples quando se perguntam “porquê?”. “Porque é que comemos?” “Porque estamos com fome”. “Porque é que precisamos de comer quando temos fome?” “Porque estamos cheios depois de comer”. “Porque é que nos sentimos cheios depois de comer?” Desde os tempos antigos, as pessoas tomavam a alimentação como um dado adquirido. Se respondermos a essas perguntas com “digestão”, “nutrição”, “excreção”, etc., então as perguntas já não são simples. Foi também por isso que o Dr. Sun Yat-sen usou “comer” como parte dos fundamentos da sua teoria de “saber porquê é difícil, fazer é fácil”. Quanto mais se levantam questões, mais profundas se tornam as questões.

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