As lições de um simbólico salvamento
No curto período de férias tive vários discernimentos que me auxiliaram a plantar os passos do meu novo ano. Um deles foi a oportunidade de no meu dias de anos ter salvo 18 lebres-do-mar. Estas surgiram, muito naturalmente com a mudança de maré e trouxeram-me duas reflexões importantes. A estas lebres-do-mar, eu e a Sílvia chamamos carinhosamente de “peixinho preto”.
A interdependência e a importância de estarmos presentes na natureza
A primeira lição tem a ver com a interdependência. Na praia costumo caminhar sem óculos, o que faz com que a visão seja muito reduzida e acabo por não prestar atenção aos detalhes, mas a Sílvia via estas lebres-do-mar no areal e lá ia eu colocá-las na água. Este foi o primeiro ano que isto aconteceu. Geralmente temos sempre duas coisas que gostamos de observar – os golfinhos e as lebres-do-mar. Então, todos os dias tentamos encontrá-los.
Com este arrojamento mais percebi que tudo é feito em conjunto, nada por si mesmo. A Sílvia observava e eu ia sentir se estavam vivas, pegava nelas e colocava na água. A sensação é muito agradável, é mesmo sentir um ser pulsante na mão, por onde Reiki fluía. Ao chegar à água, abriam as suas “asas” e continuavam o seu percurso na vida. No dia seguinte não vi nenhuma morta na praia.
A visão de uma lebre-do-mar é muito interessante, pode até ser assustadora. Por um lado parece um vampiro… por outro é algo de fascinante a forma como se desloca na água e mesmo à superfície da água, por vezes até contra a corrente.
A segunda lição tem a ver como sinto a própria energia, a forma como ela fluía para a lebre-do-mar e o retorno que tinha. Foi uma sensação que me transportou para um sentir da própria vida. Precisamos mesmo de uma mais presente conexão com a vida, com a natureza… é esta conexão que nos traz entendimento e serenidade perante os grandes desafios que enfrentamos.
Com tudo isto surgiu-me o pensamento… 18 lebres-do-mar… 18 Arhats. Arhat é o atributo dado a quem alcança a iluminação e libertação. Então em agradecimento à grande oportunidade e lições que recebi, traduzi o livro Os Dezoito Arhats, do Ven. Mestre Hsing Yun. Curiosamente, no dia seguinte ainda salvei mais uma lebre-do-mar e pensei… 19?… Bom, interpretei como o Buda Shakyamuni, pois era mesmo a maior de todas elas. Bom, desejo que não haja qualquer ofensa por este sentir e interpretação.
Poderás ler o livro Os Dezoito Arhats aqui…
Um comentário
Paula Viseu Ferreira
Fantástico testemunho João .
Deve ter sido expetacular e mais uma experiência a juntar a tantas outras.
Grata pela partilha.
Ate breve