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A parábola da sinceridade e do vendedor de sandálias

Masashiko Yosuke era um vendedor de sandálias em Gifu. Uma arte que já vinha do seu pai, do pai do seu pai e de muitos outros ancestrais. Toda a família apenas se lembra de uma única arte ao longo de todas as gerações – fazer sandálias. Mas Masashiko queria algo mais na sua vida desde muito pequeno.

O problema era que esta indecisão o levava a passar tempos e tempos deitado de barriga para o ar… Pensava o que queria ser, o que queria fazer, mas nunca conseguia perceber o que… apenas ali ficava.

O pai obrigava-o a fazer sandálias… mas tudo o que fazia era de péssima qualidade. Os clientes ficavam muito zangados porque rapidamente as sandálias se estragavam e o pai, envergonhado, tinha o dobro do trabalho para compensar o mau esforço de Masashiko.

O tempo foi passando e entre sandálias que nunca melhoravam e dias de barriga para o ar e olhos no céu, Masashiko ouviu um som, um tilintar que vinha da entrada da aldeia. Era um monge que passava. Esperando um conselho útil, Masashiko perguntou ao monge – “Mestre, o que hei-de ser se não consigo fazer sandálias e quando penso no que quero ser, nada consigo pensar?”.

O Mestre sorriu e disse-lhe “sem sandálias, senta-te”.

Os olhos de Masashiko brilharam… ele compreendeu o seu propósito. Foi a correr para o pai, ajoelhou-se respeitosamente e disse “pai, ao longo de gerações vivemos de sandálias, mas hoje compreendo que viverei de dharma e meditação. Peço a tua autorização para seguir o monge budista”.

As lágrimas vieram aos olhos do pai, nas suas mãos tinha sandálias feitas pelo seu avô que ia usar em mais um dia de trabalho. Entregou-as ao filho e com uma bênção disse – A tua sinceridade apaziguou-me, acredito que serás feliz, pois a mim também me fizeste feliz”.

No poema 37 do Imperador Meiji, escolhido pelo Mestre Usui, é dito “O teu coração sincero e fiel fará comover e chorar até o coração de um deus irado”.

Ser sincero ajuda-nos a encontrar o propósito e a leveza, mesmo não sabendo, alguém pode ajudar-nos a compreender melhor. A sinceridade é como uma água limpa que nos sacia a sede de ser.

Podes ler mais sobre os poemas do Imperador Meiji, assim como ter os 125 poemas em cartas com A Sabedoria do Reiki.

Designer, Mestre, Terapeuta de Reiki, Presidente da Associação Portuguesa de Reiki e fundador da Ser - Cooperativa de Solidariedade Social. Autor dos livros «Reiki Guia para uma Vida Feliz», «O Grande Livro do Reiki», «Reiki Usui», entre muitos outros. Fundador da revista "Budismo, uma resposta ao sofrimento". Acima de tudo quero partilhar contigo o porquê de Reiki ser a «Arte Secreta de Convidar a Felicidade».

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