
A parábola da casa pequena
Sasuke morava numa pequena casa. Era tão pequena que tinha apenas uma só divisória para o casal e os seus dois filhos. A cozinha era um fogo no chão onde todos se sentavam ao redor para comer e estar e à noite, bastava aninharem-se para dormir sentindo o sereno calor que vinha das brasas.
Nas noites quentes de verão, a porta ficava aberta e o tranquilo ar que vinha da montanha entrava pela casa. De madrugada, acordavam com o toque do sino para as preces do templo Hiei.
Sasuke era um artesão, fazia sandálias e vendia-as na aldeia de Ohara, a esposa Ayumi tomava conta dos filhos pequenos e fazia trabalhos sazonais de agricultura, sempre que o marido podia estar em casa.
Nos dias quentes de verão, quando Sasuke chegava a casa, levava sempre uma pequena tigela de tofu fresco para os filhos. O tofu era tão delicioso que nem era preciso molho.
A casa enchia-se dos gritos de alegria das crianças e a sua única divisão tornava-se ainda mais acolhedora e tão ampla quanto o amor de toda aquela família.
Uma pequena casa, pode conter uma grande riqueza.
No poema 67 do Imperador Meiji podemos ler:
Despertado pelo barulho da tempestade noturna, penso na pequena e velha casa das pessoas pobres.
Imperador Meiji
Muitas vezes, no nosso conforto, recordamo-nos das necessidades dos outros. É como uma pequena chama que incendeia a compaixão, no entanto, cada pessoa tem em si uma riqueza única que não vem de pertences, mas sim da sabedoria que nela cultiva. Uma casa pobre pode ter uma família rica. Uma casa rica, pode ter uma família pobre.
Podes refletir com os 125 poemas do Imperador Meiji nas cartas e livro A Sabedoria do Reiki.


3 comentários
Vitor Manuel Pera Arrenega
Muito bom, obrigado
Elisabete
Simples e profundo este texto e este post.
Não nos iludamos nas aparências, nem tudo é o que parece: “Uma casa pobre pode ter uma família rica. Uma casa rica, pode ter uma família pobre.”
Muito obrigada 🙂
Custódio Pinto
Seremos sempre mais felizes se aprender-mos a viver sem apego às coisas e pessoas. Obrigado João.