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7 Dicas para a Comunicação compassiva em tempo de covid19

Todos comunicamos, todos somos capazes de sermos compassivos, mas como realizar uma comunicação compassiva em tempo de pandemia?

Ao longo do tempo de pandemia, surgiram muitos tipos de comunicação, alguns bastante hilariantes que nos ajudavam a superar momentos mais tensos, outros mais dramáticos, alguns com esperança, outros sem esperança, mas será que a comunicação compassiva é uma comunicação cor-de-rosa ou fofinha? O que quererá realmente dizer?

Existe sempre um emissor e um receptor, um canal, um código e uma mensagem. Na comunicação compassiva há o desafio de se compreender qual o sofrimento que existe e de que forma o podemos minorar ou mesmo sanar. Não é uma comunicação comercial nem pretende dominar a forma de pensar e sentir da pessoa, mas pelo contrário, escutar a necessidade, resignificar os recursos pessoais do receptor e ajudá-lo a tomar consciência, por si mesmo, do que há de mais correto a fazer.

7 Dicas para a comunicação compassiva em tempo de pandemia

1 – Não assumir ideias preconcebidas

O primeiro ponto toca na última frase que indiquei “o que há de mais correto a fazer”. Este correto não é um entendimento individual, mas sim coletivo – o que é correto para todos num tempo de pandemia?

O problema da ideia preconcebida é também achar que todos compreenderão o que se quer dizer, ou seja, que a mensagem é clara e óbvia para todos, ou que até a forma de ser comunicada e a sua frequência é a suficiente. Lembra-te que cada pessoa é um universo único com códigos de comunicação e experiências que são únicas. Assim também é o seu sofrimento, só ela está a viver o que é dela.

Se queres ajudar alguém que está no seu momento de sofrimento, não coloques entre vocês um preconceito, um conjunto de experiências tuas que achas que serão óbvias e também aplicadas pelo outro. O próximo passo irá ajudar-te neste processo.

2 – Escutar as necessidades atentamente

Existe um problema, mas sermos capazes de escutar o que ele verdadeiramente é, o que realmente o seu emissor quer dizer, nem sempre é óbvio. Comunicar compassivamente é também saber escutar os silêncios, as meias palavras, os olhares, é ser empático e estar na jornada com a pessoa, ao seu lado. Este escutar torna-te um acolhedor do outro e uma porta sempre aberta.

3 – Levar a atenção ao outro

Sempre nos ensinam a olhar para nós mesmos, parece que tudo é centrado em nós, mesmo quando achamos que apenas queremos o bem do outro – “queremos”, de facto somos nós que queremos e realmente tudo parte de nós. Eu penso, eu sinto, eu vivo, mas como será a experiência do outro pensar, sentir e viver? Quando tenho esta curiosidade atenta pelo outro, não é num sentido de querer detalhes da sua vida privada, ou segredos, mas sim de partilhar o mistério da vida que tantos vivem em silêncio. Quando levamos a nossa atenção ao outro, sem preconceitos, com atenção, estamos a cumprir-nos como humanos, aqueles que saíram em conjunto das cavernas, onde o medo imperava e se dedicaram a horizontes mais amplos.

4 – A resposta não precisa ser imediata

Além de sabermos escutar, precisamos também ter o tempo suficiente para processar, integrar, para podermos devolver uma resposta que seja integral e holística para a pessoa. Não precisamos também ter as respostas para tudo, mas precisamos sim auxiliar a pessoa a chegar a si mesma. Reagir nem sempre é a melhor ação e o sofrimento, por vezes, apenas pede para ser escutado.

5 – Não levar a peito

O termo levar a peito é muito interessante pois muitas vezes sentimos a tal facada ou aperto no coração. A residência dos nossos sentimentos sente-se constrangida e afinal trouxemos para nós mais do que queríamos. Este levar a peito é não transpor para a nossa vida as questões, ou não nos imaginarmos a passar pela situação, ao mesmo tempo que escutamos. Quem está a atravessar esse deserto é o outro e nós somos a companhia que está com ele. No teu peito reside o coração, se ele se perturbar, poderás não conseguir fazer aquilo que te propões.

6 – Ser genuíno

Viver sem segundas intenções, estar sem segundas intenções é libertador. Vivemos e estamos pelo que realmente somos e tudo encontra um sentido que parece ser mágico, mas afinal é natural.

Ser genuíno com o outro é também não fazer promessas, vender sonhos, ou criar dependências. Como é bom mantermo-nos coerentes connosco, sentirmos a felicidade que reside em nós e no outro, assim como reconhecermos as nossas sombras e as do outro como uma parte da biografia de cada um que é a história da humanidade. A comunicação compassiva é como ler um livro que ao mesmo tempo que o lemos, escutamos e que fazemos com que o melhor de nós se torne ainda mais forte.

7 – Aproveitar as oportunidades

As oportunidades não existem apenas no plano comercial, elas existem em primeiro lugar no plano de vida. Saber aproveitar as oportunidades de viver melhor, de auxiliar o outro a encontrar a forma de viver melhor, de se ajudar e de ajudar. Cada momento, cada situação, pode ser uma oportunidade para colocar a compaixão em ação.

Este é um tempo drástico, mas genuinamente pode ser um tempo de mudança e essa começa por nós. Experimenta também aplicar todos os conceitos da comunicação compassiva em relação a ti mesmo, ou seja, no diálogo que tens contigo mesmo.

Designer, Mestre, Terapeuta de Reiki, Presidente da Associação Portuguesa de Reiki e fundador da Ser - Cooperativa de Solidariedade Social. Autor dos livros «Reiki Guia para uma Vida Feliz», «O Grande Livro do Reiki», «Reiki Usui», entre muitos outros. Fundador da revista "Budismo, uma resposta ao sofrimento". Acima de tudo quero partilhar contigo o porquê de Reiki ser a «Arte Secreta de Convidar a Felicidade».

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