
Meditação simples para o apoio a pessoas com doença oncológica
A meditação é uma forma de nos reconetarmos, de encontrarmos a voz interior, de escutarmos o que é essencial e formarmos a mente sobre a sua conduta correta.
Quando em sofrimento, a meditação pode ser um auxiliar poderoso, uma capacidade própria para a autoregulação, que não está dependente de ninguém, apenas de si mesmo. Aprender a meditar nos bons momentos, pode fortalecer-nos para aqueles momentos que sejam mais exigentes.
Como poderemos fazer uma meditação simples para nos auxiliar a recentrar, observar a dor e estar além dela?
Uma meditação simples
- Senta-te direito, mas sem esforço;
- Coloca as mãos em gassho, as mãos juntas, perto do Chakra Cardíaco;
- Deixa o queixo descair apenas ligeiramente, sentindo o pescoço em conforto;
- Inspira profundamente;
- Ao expirar, deixa sair o peso interior que possas sentir;
- Faz mais algumas respirações assim;
- Quando quiseres, sente como estás interiormente;
- Sente a calma interior que cultivaste por teres esvaziado o peso;
- Sente a alegria de estares sentado contigo mesmo;
- Permanece nesse momento presente, apenas inspirando, expirando, a cultivar o silêncio, a gratidão do momento presente, o prazer de estares contigo mesmo;
- Quando quiseres terminar, agradece.
Nesta meditação trabalhamos vários aspetos:
- A conexão com a mente e coração, realizada com as palmas das mãos juntas, que ativam o Chakra Cardíaco e, por consequência, levam à ligação com a mente. Ambos terão que encontrar harmonia, assim como as nossas palmas se encontram juntas;
- O alívio da pressão interior pela expiração é uma forma muito simples de libertarmos stress. Cada inspiração é como um “nascer” de novo;
- Aprender a estar contigo mesmo é importante, muitas vezes é o afastamento de nós próprios que nos leva aos maiores desequilíbrios da nossa vida e a atos inconscientes que nos trazem sofrimento, não só a nós, mas também aos outros;
- O silêncio é muito importante para a higiene mental, num tempo com tanta atribulação;
- A gratidão é uma partilha com a vida, sobre o nosso sofrimento, não devemos estar sós, mas por vezes estamos, nesse momento, apenas podemos contar connosco e com a vida, então, lembramo-nos que não estamos sós, apenas estamos sozinhos, mas “há sempre alguém que pensa em nós”.
Por vezes, ao passar por uma doença oncológica, mesmo tendo acompanhamento, a pessoa sente-se só. A dor é apenas sua, por muita compaixão que outros tenham, a dor é apenas sua. É nesse momento que é preciso regressar ao interior.
Dentro de ti está algo de extraordinário – tu mesmo!
E vale a pena reencontrares-te.

A meditação não é uma cura milagrosa, o processo terapêutico é feito pelos médicos competentes, o trabalho interior, esse precisa ser feito pela pessoa. Quanto mais forte esteja interiormente, melhor a sua capacidade de gerir todos os momentos. O sofrimento, esse é interior, o reconhecimento do mesmo é feito pela consciência e o ultrapassar do mesmo é realizado pela bondade entre a mente e o coração da pessoa.

