2019 - Consciência,  Tratamentos de Reiki

Porque temos sempre algum apego em terapia e como o trabalhar

Em muitas situações da terapia Reiki conseguimos gerir bem o apego que se possa sentir pela condição do utente, mas em alguns casos esse apego surge e traz algumas dificuldades de resolução.

Então, porque razão nos apegamos a determinadas condições e não a outras?

O apego numa terapia Reiki

O quinto princípio de Reiki fala-nos sobre “Sou bondoso“. A nossa bondade está também relacionada com a empatia, a capacidade de compreendermos, sentirmos, a necessidade e sofrimento do outro. Então, existe um relacionamento de um para um, um inter-relacionamento que poderá ter um maior ou menor “envolvimento” que poderá resultar num apego.

Quando a situação da pessoa toca em pontos essenciais da nossa vida, muitas vezes relembrando-nos do que já passamos, tocando nos mesmos pontos morais, ou idealistas, poderemos sentir ainda mais empatia, mas este aumento da empatia torna-se já subjetivo e não objetivo. Aqui, as coisas poderão correr mal.

O propósito da terapia está inscrito nas palavras do Mestre Usui “A missão do Usui Reiki Ryoho é guiar para uma vida pacífica e feliz, curar os outros, melhorar a sua felicidade e a nossa própria”.

Observando estas palavras, compreendemos que se nos deixarmos envolver pela subjetividade, isso irá gerar apego e este não auxiliará de todo a “guiar para uma vida pacífica e feliz”, apesar de ser isso mesmo que queremos proporcionar a essa pessoa. Então, precisamos ter muito cuidado para não nos enganarmos a nós próprios, pensando que estamos a querer fazer bem, quando poderemos não o estar a fazer corretamente.

Fazer o bem nem sempre é fazer corretamente – como surge o apego

Claro que devemos sempre fazer o bem, disso não há dúvida alguma, mas devemos fazê-lo corretamente. Se este desejo que temos não for equalizado com as noções de correto, então podemos entrar até num processo de crise de compaixão. Por exemplo, o terapeuta deseja ajudar a pessoa, fica tão preocupado com ela que comunica várias vezes com ela, criando assim um padrão de comunicação e acessibilidade, ele está a indicar que está disponível e com vontade de ajudar, o problema poderá surgir numa altura em que possas não estar disponível, possas não atender ou responder, o que criará no utente uma sensação de abandono (no pior dos casos). Assim, isto não é fazer o bem, pois não se está a fazer corretamente. O desejo de ajudar, poderá ter até levado a piorar a condição da pessoa, pois não foram colocados os limites claros da nossa intervenção.

Compreender a origem do nosso apego

Para um terapeuta, quer seja em voluntariado ou em prática profissional, há que ter sempre em mente que no nosso fundo existe sempre um desejo de querer bem, uma vontade para o bem da pessoa e que isso poderá originar apego.

Precisamos observar de onde vem o nosso apego, porque nos ligamos tanto, o que isso nos quer dizer. Este trabalho de reflexão é importantíssimo pois poderá evitar até aquelas situações em que nos sentimos desiludidos com o mundo pois achamos que demos de mais e que tal foi desvalorizado.

Assim como nós precisamos de equilíbrio e harmonia para o nosso sistema vivo, para uma vida com saúde, também o precisamos fazer no nosso campo mental e emocional.

Compreender a origem do apego e a relação objetiva que precisamos ter num processo terapêutico é essencial para qualquer praticante de Reiki.

Sempre que tenhas um caso terapêutico, lembra-te sempre do apego, da missão do Usui Reiki Ryoho e de que deves fazer as coisas corretamente e não apenas por bem.

Designer, Mestre, Terapeuta de Reiki, Presidente da Associação Portuguesa de Reiki e fundador da Ser - Cooperativa de Solidariedade Social. Autor dos livros «Reiki Guia para uma Vida Feliz», «O Grande Livro do Reiki», «Reiki Usui», entre muitos outros. Fundador da revista "Budismo, uma resposta ao sofrimento". Acima de tudo quero partilhar contigo o porquê de Reiki ser a «Arte Secreta de Convidar a Felicidade».

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