Não confiar pode fechar a nossa vida, o que fazer?
Não confiar nos outros e muitas vezes em nós mesmos, é uma tónica comum nos dias de hoje. Há pessoas já descrentes nos outros e outras que, pior ainda, dificilmente acreditam nelas próprias. Não confiar pode mesmo fechar a nossa vida e isolar-nos das experiências e do crescimento, mas como podemos mudar essa atitude?
Passar de não confiar a saber confiar
Confiar e saber confiar são duas atitudes muito distintas. A confiança tem a ver com abertura, transparência e comunicação verdadeira.
Em muitas situações na vida vamos perdendo a confiança nos outros e, de forma mais grave, em nós mesmos. Então, precisamos compreender o nosso padrão na falta de confiança. Experimenta colocar a ti mesmo estas questões:
- Quando perco a confiança em alguém o que sinto em mim e como se reflete isso no meu corpo?
- Quando perco a confiança em mim, o que me dá vontade de fazer? O que sinto?
Nestas duas situações ao não confiar estamos a ficar cada vez mais distantes dos outros e até de nós mesmos, o que nos dará uma sensação mais profunda de tristeza, desilusão e abandono. Se ações nos levam a não confiar, precisamos cultivar uma nova aprendizagem para a confiança e aqui pode entrar a nossa prática de Reiki.
O Mestre Usui indicava que a prática é “A Arte Secreta de Convidar a Felicidade“, o que quer dizer que precisamos trabalhar interiormente para ir cultivando e preparando este caminho de ser feliz. A confiança é algo que surge em nós quando estamos bem connosco, quando estamos bem orientados e com uma força interior que nos traz serenidade. Vamos tentar observar esta forma de estar através dos cinco princípios:
- Só por hoje – a confiança é vivida um dia de cada vez, isto ensina-nos a saber gerir expectativas e a não criar ansiedade;
- Sou calmo – criar harmonia é muito importante, por vezes necessitamos da confiança de outra pessoa para nos sentirmos bem, ou queremos confiar noutra pessoa porque faz parte da nossa forma de estar na vida, mas isto leva-nos a considerar o que entregamos como valor da nossa confiança e de que forma queremos que o outro saiba valorizar e guardar o que entregamos… será isso criar harmonia ou realmente necessário?
- Confio – saber confiar significa ter um entendimento alargado sobre o outro e compreender que todas as pessoas têm um mau momento, ou que têm os seus limites, que poderão ser diferentes dos nossos. Num momento de necessidade, precisamos de alguém, queremos confiar em alguém para auxiliar e se ninguém corresponde, ficamos desiludidos… Saber confiar é compreender os limites, o que damos, o que queremos, o que é realmente necessário. Saber confiar é compreender as relações humanas;
- Sou grato – a gratidão representa a aceitação, desapego, nas lições aprendidas. Esta aceitação significa compreender o que a vida nos ensinou quando em algum momento não confiamos e tudo o que daí adveio. A gratidão é uma das mais incríveis formas de nos libertarmos da dor e tristeza por não confiar;
- Trabalho honestamente – comunicar verdadeiramente é muito importante para qualquer relação. A entrega é necessária, assim como a lealdade e transparência. Quando compreendemos que a comunicação é um pilar para que qualquer relação de confiança funcione, tudo começa a melhorar. Esta comunicação tem que começar, em primeiro lugar, connosco, ou seja, com o teu diálogo interior. Depois, vamos então tentar compreender para onde a vida nos está a levar, para comunicarmos corretamente com a pessoa na qual queremos confiar;
- Sou bondoso – o último princípio é como uma constante na vida que deve estar sempre presente. A confiança precisas estar de mãos dadas com a bondade. Isto não é ser bonzinho, é mesmo ser bondoso, connosco em primeiro lugar, para depois sabermos ser com os outros.
A confiança pode construir-se com estes cinco pontos de vista, compreendendo a importância da harmonia, do valor das relações, da aprendizagem das lições, da comunicação genuína e da bondade que sempre deve existir. Acima de tudo, compreende também os limites da confiança e que deves cultivar em ti algo de muito valioso – a amizade por ti mesmo.