2018 - Relacionamentos,  Filosofia de Vida,  Reiki

A imperfeição é saudável – um antídoto para a ansiedade

Certo dia tive uma manhã de descanso e aprendi a lição de como a imperfeição é saudável. Ia dar uma boa caminhada, mesmo que houvesse chuva, mas vi a previsão de tempo e durante a minha manhã, tudo estaria bem. Vesti-me confortavelmente para caminhar, tinha tudo pronto, mas apercebi-me que alguns pelos da barba não tinham sido desfeitos… e agora?

O mais natural teria sido removê-los, mas curiosamente o que senti foi que os devia deixar, que não devia cultivar o desejo pela “perfeição”, que muitas vezes leva antes à ansiedade.

As lições da imperfeição e a ansiedade

Na pérsia, os tapetes eram feitos com uma ligeira imperfeição, para que sempre se lembrassem que só deus é perfeito. Conjugando esta história, com a sensação da barba, consegue-se perceber que precisamos ansiar menos e viver mais.

Isto quer dizer que o caminho para a perfeição, para o bem fazer, é um percurso de vida no qual devemos ser diligentes, no entanto, se nesse percurso nos tornarmos ansiosos à conta disso, não chegaremos ao fim que queremos.

Sobre a ansiedade, podemos questionar se uma das razões da ansiedade é um desejo, muitas vezes em surdina, de querermos que tudo esteja perfeito. Esta perfeição é, por vezes, aquela vontade que temos que tudo corra bem, que tudo corra de feição e como queremos. Mas e se o nosso propósito for como o de fazer um tapete persa?

Um tapete persa é magnífico, é lindíssimo, é como nós queremos que tudo na vida fosse, mas lembra-te como os tecelões deixavam sempre uma imperfeição… então reflecte sobre isso. E se no teu propósito deixasses uma imperfeição?

Como seria a tua vida se tudo não tivesse que ser perfeito? E se te permitisses falhar? E qual é a folga que dás a ti mesmo?

Sobre a imperfeição, ou a nossa demasiada exigência pela perfeição, podemos refletir com os cinco princípios:

Só por hoje, sou calmo – De que forma o teu desejo que tudo corra bem, te leva a perder a harmonia, a simplicidade, a calma?

Confio – Porque te falta confiança em ti mesmo para teres tanto desejo de perfeição, ou de que tudo corra sempre favoravelmente?

Sou grato – O que o teu caminho para que tudo esteja sempre perfeito te tem trazido?

Trabalho honestamente – Se és diligente a seguir a tua perfeição ou a vontade de que tudo corra bem, consegues sentir que isso é o melhor para ti e para todos? Que impacto tem esse desejo na vida dos outros? Existe um stress latente? Uma ansiedade que te exige atenção? E aos outros?

Sou bondoso – Quando aceitamos que a vida será sempre “incompleta”, impermanente, interdependente e imperfeita, conseguimos aceitar que os outros também sejam imperfeitos nas suas acções? Que lição de bondade pode esta aceitação te trazer?

Assumir a imperfeição é saudável, ajuda-nos a compreender melhor a vida, os outros e também a relaxar. Estar relaxado é necessário para manter a harmonia.

 

Designer, Mestre, Terapeuta de Reiki, Presidente da Associação Portuguesa de Reiki e fundador da Ser - Cooperativa de Solidariedade Social. Autor dos livros «Reiki Guia para uma Vida Feliz», «O Grande Livro do Reiki», «Reiki Usui», entre muitos outros. Fundador da revista "Budismo, uma resposta ao sofrimento". Acima de tudo quero partilhar contigo o porquê de Reiki ser a «Arte Secreta de Convidar a Felicidade».

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