Tratamentos de Reiki

Exemplo de tratamento de Reiki a pessoa com doença oncológica

Aplicar Reiki a uma pessoa com doença oncológica é uma prática de procedimento normal, mas com alguns pontos que devem ser tidos em consideração.

A prática de Reiki em pessoa com doença oncológica

Antes de mais é preciso tomar nota de alguns aspectos para estes casos de maior doença. A prática de Reiki é complementar e integrativa, em situação alguma a pessoa deve abandonar o tratamento médico qualificado e nenhum praticante de Reiki pode substituir o tratamento médico adequado à pessoa. O pressuposto do praticante que aplica Reiki à pessoa poderá variar com a consciência de cada um. Numa condição ideal, será o praticante experiente, com pelo menos o nível 3 de Reiki. No entanto, um praticante de nível 2, com experiência voluntária e boa consciência, poderá também fazer a aplicação de Reiki. Aos praticantes de nível 1, pede-se que apenas apliquem aos familiares e que peçam aconselhamento junto ao Mestre. Reiki apenas observa a pessoa sob a condição da energia, nunca do ponto de vista médico, quer físico, ou mental/emocional.

Situação na qual poderemos encontrar a pessoa com doença oncológica

A doença oncológica é extremamente agressiva e debilitante para a pessoa, o desequilíbrio e desarmonia que se instala nela é avassalador e poderá mesmo minar a força e positivismo interior que a pessoa anteriormente tinha. Assim, podemos encontrar uma pessoa:

  • Debilitada na sua condição física, tendo pouca força e vitalidade;
  • O corpo poderá estar em esforço para lidar com os tratamentos ao cancro;
  • Pode encontrar-se com problemas de digestão;
  • A mente pode encontrar-se confusa, desesperada e debilitada;
  • Pode ter muitos pensamentos, principalmente negativos;
  • Poderá começar ou estar a tomar anti-depressivos;
  • As suas emoções podem estar num processo mais negativo, perdendo a sua autoconfiança, autoestima e capacidade de gerir emocionalmente as situações com que se depara.

Quando aplicar Reiki e quem aplicará Reiki

Vamos supor que a pessoa terá sessões de tratamento químico de quinze em quinze dias, então a prática de Reiki poderá ser realizada antes e depois. Vamos considerar, por exemplo:

  • Tratamento de quimio feito à quarta-feira;
  • Tratamento de Reiki realizado à segunda-feira anterior, para tranquilizar e dar equilíbrio à mente/corpo;
  • Após a quimio, realizar novo tratamento de Reiki após dois dias, tendo assim tempo para o corpo absorver o tratamento químico, a pessoa ter descansado e o efeito de byosen não ser tão agressivo para o terapeuta.

Neste tipo de plano um a dois dias antes e dois dias depois, há uma aplicação regular, que poderá auxiliar a pessoa a estar em harmonia e equilíbrio. Mas este tipo de aplicação frequente traz duas questões:

  1. Se é pago ou por voluntariado;
  2. A disponibilidade e as condições energéticas do terapeuta/voluntário.

Geralmente os tratamento deste tipo de doença são prolongados, podendo chegar a um ano, ou mesmo um ano e meio de acompanhamento, que se for regular, torna-se muito exigente para o voluntário. Nestas circunstâncias, poderá ser considerado haver mais do que um voluntário para a mesma pessoa, no caso de não ter dinheiro para pagar a um terapeuta. Também a um voluntário há que ter em atenção o próprio dispêndio que ele possa estar a fazer por deslocações.

Por vezes são os próprios familiares a aplicar Reiki, mas como sugestão revezem-se com voluntários ou terapeutas, ou complementem o vosso trabalho com eles, partilhando a forma com que estão a fazer e a intenção que usam. É muito importante manter o equilíbrio emocional e energético, por isso, se és duplamente cuidador, tem isso em mente, para que possas continuar a auxiliar o teu familiar.

A aplicação de Reiki

Na aplicação de Reiki, podes realizar os tratamentos da seguinte forma:

  • Fazendo uma aplicação completa, frente e costas (se for possível para a pessoa);
  • Fazendo uma aplicação só nas posições que o terapeuta entender e que a pessoa indique necessitar mais.

Para esta aplicação, faz o uso da intenção, principalmente para aquilo que a pessoa necessitar, o que implica tu escutares o que ela tem a dizer sobre o seu estado. Podes sempre complementar com “para que seja para o seu equilíbrio e harmonia”. E a prática de desapego começa aqui.

Quando estiveres a deixar a energia fluir, presta bastante atenção ao byosen, ele irá indicar-te os pontos que estejam mais deficientes, mais necessitados de equilíbrio. Tem atenção para não deixares o byosen afectar a tua própria energia, por isso mantém bem o teu enraizamento e não te esqueças das técnicas de limpeza antes e depois. Remove o excesso e depois preenche até ficar harmonizado.

Lembra-te de promover a harmonia da pessoa, a sua paz interior e limpa também a aura dela.

Faz toda a energia fluir pelo corpo e “sair” pelas mãos e pés, criando assim um desbloqueio em todo o canal energético.

Se usares símbolos, vai com calma, não precisas nem deves fazer logo tudo na primeira sessão. Primeiro deixa a pessoa habituar-se à energia e à limpeza que irá fazer. Depois poderás enviar também Reiki para as situações que a pessoa manifeste como causas ou como preocupações que tenha.

Lembra-te que este é um trabalho de continuidade, de perseverança e de longo tempo. É um trabalho realizado por ti e pelo teu receptor.

A visualização criativa e palavras de poder

Uma das formas que podes ajudar a concentração na tua prática de Reiki é através da visualização criativa, ou seja, podes imaginar o fluxo da energia, limpando toda a energia da pessoa, revitalizando o seu corpo para se manter saudável e equilibrado, assim como a mente e o coração. Há quem goste de complementar estas práticas com a visualização de cores, podendo usar o verde (cor genérica para a cura e renovação), o violeta (transmutação) e ainda o branco ou dourado (pureza e iluminação). O uso da cor poderá ajudar no foco ao longo do tratamento.

Poderás também querer usar “palavras de poder”, a que geralmente se chama de mantras. Estas palavras, são as que entenderes, desde que sejam benéficas e te ajudem a manter o foco no tratamento.

Quer a visualização, que o uso de mantras, não fazem parte da prática de Reiki, mas são excelentes auxiliares na concentração.

Como lidar com o sofrimento da pessoa

O desapego é a tarefa mais árdua para o cuidador e para o terapeuta/voluntário. Desapego não significa estar frio ou desinteressado, muito pelo contrário, significa entendimento, compreensão e compaixão pela pessoa, pela situação e por si mesmo. Não é fácil praticar este desapego e muitas vezes torna-se impossível, o que trará inevitavelmente sofrimento. Mas precisamos fazer um esforço para compreender que precisamos estar bem para podermos ajudar melhor o outro, que precisamos cultivar atitudes positivas, para encorajar o outro e também saber partilhar a responsabilidade de cuidador com outros. Não querer ter a “ganância do querer fazer por bem“, é muito importante. Então lidar com o sofrimento da pessoa é também termos consciência do que fazemos e porque fazemos, da condição em que nos encontramos e no qual a pessoa se encontra. Este desapego é também saber procurar ajuda e aprendizagem sobre como lidar com a situação.

Como poderá a pessoa participar e praticar

A pessoa com doença oncológica pode também usufruir da prática de Reiki pelas seguintes formas:

  • Aprender Reiki e aplicar autotratamento;
  • Praticar os cinco princípios, auxiliando a manter-se calmo e positivo, sabendo lidar com as questões que lhe vão surgindo dia-a-dia;
  • Praticar as técnicas de meditação como a técnica de respiração, Joshin Kokyu Ho. A prática meditativa, pelo menos 15 a 30 minutos por dia ajuda a lidar com o stress, cansaço e ajuda a dormir melhor.

A atenção ao cuidador

A maior parte das vezes, perante uma doença grave, esquece-se do cuidador. O cuidador é aquele familiar que está mais próximo da pessoa, que está encarregue do seu cuidado no máximo tempo possível e como tal, tem um longo desafio pela frente. Na maior parte das vezes, a pessoa não tem a preparação anímica e mesmo técnica para ser um cuidador, podendo até passar de cuidador a cuidado, ou seja, poderá também ele ficar doente, em desequilíbrio e desarmonia, pelo desgaste pelo qual passou.

Assim, aqui ficam recomendações para quem seja cuidador e mesmo terapeuta, voluntário, que dedique muito tempo à mesma pessoa:

  • Ter em atenção ao tempo diário e saber reservar tempo para si mesmo;
  • Não perder noção de si mesmo e do seu estado de espírito;
  • Não perder contacto com amigos e conhecidos, manter também uma actividade social;
  • Observar os desequilíbrios que possam estar a surgir e pedir ajuda;
  • Manter uma alimentação cuidada e de alto valor energético/nutritivo;
  • Receber tratamento de Reiki regularmente, se possível até ao mesmo tempo que o familiar está a ser tratado.

É importante ter em mente que será sempre difícil passar pela situação, que outros que tenham passado pelo mesmo, não saberão o que o próprio está a passar e por isso mesmo é muito importante ter consciência do estado de fraqueza que possa estar a atravessar e assim saber pedir ajuda. Tratar de uma pessoa com doença oncológica é humano, é um dever, mas deve ser feito com toda a compaixão possível por todos.

Todos os envolvidos no processo de uma doença tão exigente quanto o cancro devem ser tratados e cuidados.

Contacta a Associação Portuguesa de Reiki para o email info@montekurama.org, ou então diretamente um dos seus núcleos regionais, para o caso de não poder haver deslocação à Amadora.

Designer, Mestre, Terapeuta de Reiki, Presidente da Associação Portuguesa de Reiki e fundador da Ser - Cooperativa de Solidariedade Social. Autor dos livros «Reiki Guia para uma Vida Feliz», «O Grande Livro do Reiki», «Reiki Usui», entre muitos outros. Fundador da revista "Budismo, uma resposta ao sofrimento". Acima de tudo quero partilhar contigo o porquê de Reiki ser a «Arte Secreta de Convidar a Felicidade».

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