O Grande Livro do Reiki,  Reiki

[psicologia] O que é Reiki, afinal?

Partilho contigo um artigo escrito pela psicóloga e formadora Joana Madureira sobre o que é Reiki, publicado no blog  BLOGA8, pela necessidade que sentiu em investigar e esclarecer sobre o que é Reiki e a sua prática, desmistificando e colocando de forma clara, sucinta e esquematizada, muita informação pertinente sobre “O que é Reiki”. O meu muito obrigado à Joana pelo seu trabalho e partilha.

[psicologia] O que é Reiki, afinal?

Estamos em pleno ano de 2017 e muito se fala e se lê sobre Reiki…

Em plena era da tecnologia, ainda há quem opine, sem se fundamentar devidamente; outros tentam procurar sobre o assunto, mas encontram alguma contra-informação. No meio disto tudo, ficam pessoas que, como eu, não são praticantes de Reiki, mas prezam saber, afinal, do que se trata o Reiki.

A verdade é que o Reiki já chegou aos Hospitais e conquistou profissionais de todas as áreas, sejam da ciência ou não. Querem saber mais? Eu procurei saber e sintetizo-vos o essencial, neste texto.

Significado de Reiki

Começando pela palavra em si, eis o significado mais consensual e corrente: Rei = universal + Ki = energia, ou seja, energia universal, “uma energia que está em todo o lado”.

De acordo com João Magalhães, presidente da Associação Portuguesa de Reiki e autor de O Grande Livro do Reiki (2016), “o Reiki é simples“:

“É uma energia universal, que está em todo o lado com uma frequência abrangente, curadora e vital (…) [com] o propósito de bem-estar,cura e vitalidade. O Reiki apenas funciona quando a pessoa tem a vontade de doar incondicionalmente, daí ser uma energia dependente do chacra cardíaco do praticante. Sem amor incondicional e capacidade de doar, o Reiki não funciona, nem para autotratamento nem para aplicação a outros.” (Magalhães, 2016)

Ainda de acordo com aquele autor, o Reiki “trata o homem como um todo, auxilia o processo de autocura do próprio corpo, relaxa os músculos, alivia pequenas dores, auxilia no relaxamento mental e proporciona um bem estar prolongado“.

Partindo do pressuposto de que tudo é composto por energia e que a mesma é inesgotável, aceita-se que a utilização da energia Reiki não tenha limites – os únicos limites são “apenas aqueles que estabelecemos” –  uma vez que pode ser aplicada nas diversas vertentes da nossa vida.

Origem do Reiki

Atribui-se a descoberta – ou concepção, se preferirem – do Reiki, ao Mestre japonês Mikao Usui, quando este se encontraria num retiro no Monte Kurama, No ano de 1922.  Desde então, tem sido a associação Usui Reiki Ryoho Gakkaia representante dos ensinamentos do Mestre Usui, tal como eles foram passados.

Princípios do Reiki

O Mestre Usui indicou cinco princípios como base desta filosofia de vida:

Só por hoje, sou calmo;

Confio;

Sou grato;

Trabalho honestamente;

Sou bondoso.

O que é o Reiki

Reiki NÃO É: uma religião, espiritismo, bruxaria, seita, dogma.

O seu criador, Mestre Mikao Usui, identificava o Reiki como método de cura natural através da energia, uma energia que pode harmonizar e auxiliar no processo de cura. Para além da energia e daqueles cinco princípios, já identificados acima, o Mestre Usui seleccionou 125 poemas do Imperador Meiji para reflexão e trabalho interior.

Para uma explicação mais detalhada, opto por citar novamente o autor João Magalhães, também ele Mestre de Reiki:

“O Reiki deve ser entendido como uma filosofia de vida, uma prática de desenvolvimento pessoal e uma terapia complementar e integrativa. Como tal, um praticante nunca deve deixar de tomar medicação [se previamente prescrita pelo seu médico] ou aconselhá-lo [deixar a medicação] a outra pessoa. Somente profissionais de saúde capacitados é que têm o saber para tal. Assim como nunca deve ser indicada qualquer promessa de cura. Esta ocorre por tantos fatores que muitos são absolutamente desconhecidos por nós.” (idem, ibidem)

Se algum praticante de Reiki vos prometer cura, indaguem-no sobre qual a sua intenção e quais os objectivos reais que estipula. O Reiki pode fazer parte de um processo de cura, mas não cura sozinho.

A citação seguinte, diz muito sobre o que é o Reiki e o que ele se propõe a promover:

“O Reiki é uma prática que nos convida à felicidade, por nos ajudar a elevar a consciência, a transformar os nossos padrões de comportamento e a criar harmonia em todos os nossos corpos. A nossa base é a energia e o saber holístico.” (idem, ibidem)

Se estamos bem connosco e com os outros, então estamos bem, em paz, em harmonia, em felicidade e essa é a verdadeira “cura”.

A “cura” em Reiki

De acordo com os escritos do Mestre Usui, “a missão do Usui Reiki Ryoho é guiar para uma vida pacífica e feliz, curar os outros, melhorar a sua felicidade e a de nós mesmos“.

O Reiki pode ser “autocurativo” ou pode ser direccionado a outras pessoas (sendo, para isso necessária uma formação de nível 2 avançada ou nível 3). Mas é importante voltar a ressalvar de que o Reiki não “cura” per si, sendo o elemento fulcral de mudança, o ser humano.

A palavra “cura”, que surge em contexto de Reiki (como na citação acima), pode ser interpretada como o sentimento de bem estar (holístico) da pessoa – ao equilíbrio física (corpo), mental (psique), emocional e espiritual (alma) – e à prática de uma atitude pacífica, consigo e com outros.

Eu interpretei a expressão “curar os outros”, como uma forma de exprimir os nossos mais sinceros e profundos votos de bondade e benquerença, ou como uma profunda manifestação da “intenção” de querer bem ao outro.

Quando querem transmitir um sentimento muito forte a alguém, costumamos dar um abraço apertado, certo? Pois na prática de Reiki usam (a imposição d)as mãos e a elevação da consciência, como instrumento de passagem dessa energia invisível, mas visualizada mentalmente. Reiki convida à meditação, à sintonização de energia e ao foco.

“A transferência e o envio de energia, em forma de pensamento, é comum em nós, sempre existiu, como naquelas situações em que estamos mais desamparados e alguém nos diz «estou a torcer por ti, tem força». Essa energia chega até nós e dá-nos verdadeiramente alento. Então, o envio de Reiki para situações é tão normal como o envio de energia pelo nosso pensamento.” (idem, ibidem)

Quantos de nós não desejava que os nossos maiores desejos e pensamentos se tornassem realidade? Pois foquem-se naquilo que querem que aconteça e as energias podem confluir a vosso favor. Pelo menos acreditar, ainda não paga imposto!

“(…) o propósito do Reiki não é curar, mas sim estabelecer harmonia e equilíbrio para que a saúde se estabeleça. É neste âmbito que é tão importante a abordagem da prática do Reiki no dia a dia, nas diversas vertentes da vida.” (idem, ibidem)

Reiki nos Hospitais – um aliado da saúde

A prática de reiki já conquistou hospitais por todo o mundo. Portugal conta já com casos como o do Hospital São João do porto, o Hospital do Fundão e o Centro Hospitalar Barreiro Montijo (Serviço de Obstetrícia).

Sugiro que possam ler mais a respeito aqui, ou consultar o site Pubmed, onde constam mais de 2500 artigos científicos publicados sobre reiki aqui!

Aprender Reiki

O ensino de Reiki pode depender do Sistema e do Mestre, sendo que a distribuição de ensino mais comum, para o Reiki Tradicional, é a divisão da aprendizagem em quatro níveis:

  • Nível 1 (Shoden) – o despertar, que trabalha ao nível físico;
  • Nível 2 (Okuden) – a transformação, que trabalha ao nível emocional e mental;
  • Nível 3 (Shinpiden) – a realização, nível de Mestre; e
  • Nível 3B (Gokukaiden) – Mestrado, nível de Professor.

Também existe o ensino de Reiki Essencial que só tem três divisões da aprendizagem.

Nota: Em Portugal, até à data de hoje, ainda não existia regulamentação sobre a prática de Reiki. Em 2008, a Associação Portuguesa de Reiki foi registada oficialmente como objectivo de unificar as várias escolas, mestres e terapeutas de Reiki em Portugal, e com ele foi criado um código de ética para a autorregulamentação.

Como saber se vocês se identificam com o Reiki?

A opção por estudar (e praticar) Reiki, passará pelos mesmos princípios de escolha como qualquer outra disciplina que se queira aprender, quer seja como complemento à vida profissional, quer seja para auto-conhecimento.

João Magalhães (2016) identifica cinco questões essenciais que se deve colocar, quando estão perante a vontade de aprender, mas não a certeza dessa decisão:

  • Que intenção me motiva para aprender Reiki?
  • Quais os meus objectivos de aprendizagem?
  • O que irei fazer com esse conhecimento?
  • Tenho motivação para cuidar de mim?
  • Quero tratar os outros e compreendo que tenho de me equilibrar primeiro?

O Reiki e a Psicologia

E para os que questionam o que tem este texto a ver com psicologia, deixo-vos esta reflexão. Exemplos como o Reiki, permitem-nos reflectir e sentir o poder da psique humana. E a psique é o foco de estudo da Psicologia!

“É de notar que o Reiki não cura, não é milagroso – o milagre está na pessoa, ela é que representa o maior milagre de todos: um ser senciente e maravilhoso, com capacidade de racionalizar e demonstrar emoções. A própria cura é muitas vezes realizada pela pessoa. O Reiki apenas auxilia o equilíbrio, dando o tempo e o espaço, contribuindo para a homeostasia de todo o nosso sistema de vida.” (idem, ibidem)

Esta frase fez-me lembrar do trocadilho que se faz sobre os psicólogos, e que tem toda a lógica se o aplicarmos à compreensão das pessoas: “quantos psicólogos são precisos para mudar uma lâmpada? Apenas um, mas é preciso que a lâmpada queira mudar.

Se um paciente não se sente preparado para mudar, cria resistências. Ninguém pode mudar outra pessoa. A mudança (que pode representar a melhoria, a solução ou a cura), parte sempre do próprio, ainda que, para isso, necessite de apoio, orientação, ajuda, motivação extra para fazer essa caminhada, devidamente acompanhado.

Da mesma força, se alguém não quer acreditar no Reiki, nenhum argumento pode demover. Mas pelo menos agora já sabem um pouco mais sobre Reiki.

Deste lado, como adepta que sou da educação para a felicidade, ao ler que o seu criador Mestre Usui, apresentou o Reiki como “a arte secreta de convidar a felicidade“, tornei-me interessada no assunto e tenho procurado saber mais, ao conversar com diversas pessoas, sejam não praticantes, praticantes ou mestres.

O saber não ocupa lugar e dá azo a belíssimas conversas, quando o respeito impera numa comunicação. Já sabem, conto com as vossas partilhas de vivências!

Até breve

Joana Madureira

 


BIBLIOGRAFIA

Magalhães, J. (2016). O Grande Livro do Reiki – manual prático e atualizado sobre a arte da cura, níveis 1, 2 e 3. Desperte para o Reiki: a arte secreta de convidar a felicidade. Braga: Nascente, 20|20 Editora.

Artigo por Joana Madureira

Mulher e Mãe de duas crianças. Psicóloga, Formadora, Consultora de Recursos Humanos e Blogger Mentora da marca registada SCHOLA – Educar para a Felicidade.

Designer, Mestre, Terapeuta de Reiki, Presidente da Associação Portuguesa de Reiki e fundador da Ser - Cooperativa de Solidariedade Social. Autor dos livros «Reiki Guia para uma Vida Feliz», «O Grande Livro do Reiki», «Reiki Usui», entre muitos outros. Fundador da revista "Budismo, uma resposta ao sofrimento". Acima de tudo quero partilhar contigo o porquê de Reiki ser a «Arte Secreta de Convidar a Felicidade».

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