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Reiki na Mira Ativa – mais próximo da comunidade

No dia 13 de Junho a ARCJ (Associação de Reiki para Crianças e Jovens), em parceria com a Associação Portuguesa de Reiki, esteve no Casal da Mira para a iniciativa Mira Ativa. Este projecto tem vindo a contar com a colaboração do Reiki ao longo dos anos, como apoio ao bem-estar e saúde da comunidade do Casal da Mira.

O nosso agradecimento ao Marcos Varela e a toda a equipa da Mira Ativa, por proporcionar tão bons momentos e condições para todos. Um profundo agradecimento a esta equipa maravilha de Reiki – Patrícia Branco, Inês Lopes e Rita Beja, por partilharem, crescerem em conjunto e doarem muito muito Reiki.

Testemunhos

Patricia Branco, órgãos sociais ARCJ

Dia 13 de Julho, eu, a Inês e a Rita, fomos até ao Centro de Dia do Casal da Mira. Levámos marquesas, banner da Associação de Reiki para Crianças e Jovens, folhetos e lá fomos nós.

À nossa espera estava o energético Marcos Varela, o dinamizador dos projetos da MirAtiva e a Rita Mourinho,  responsável pelo Centro dia. dia

Acabámos por ocupar uma sala e uma enfermaria e começámos a receber os utentes do Centro.

Recebemos “jovens” com idades entre os 58 e os 98 aninhos.

Acabei por fazer grupo com a Inês, pois sempre que terminávamos uma terapia já a Rita estava lançada noutra, e não havia meio de se conseguir tirar outra marquesa.

As minhas experiências com a Inês foram curiosas.

Recebemos pessoas com as mais diversas patologias e histórias de vida.

  • Fizemos Reiki a uma senhora com Fibromialgia. Essa senhora queixava-se de fortes dores nas costas. Deixamo-la à vontade para escolher se pretendia fazer o tratamento de costas ou de barriga. Preferiu deitar-se de costas para cima. As sensações que recebemos foram muito elucidativas acerca do estado de saúde da senhora. No final, a senhora adormeceu tão profundamente que não a conseguíamos acordar. J
  • Tivemos uma senhora com Parkinson. Devido à sua condição física, a senhora preferiu receber os tratamento sentada numa cadeira. Foi extremamente curioso perceber que as tremuras e espasmos foram abrandando, tendo a senhora chegado ao fim do tratamento, com consideráveis melhorias a esse ní Segundo o feedback que tive, julgo que foi essa a nossa maior fã.
  • Recebemos um senhor com Alzheimer, estádio II, mas que se apresentou muito apreensivo e desconfiado. Chegou a nós sem queixas nenhumas. Segundo ele, estava ó Curiosamente decidi começar o tratamento com as mãos no chakra do coração, enquanto a Inês começava pelos ombros. Sentia picos intensos nas mãos e continuei com as mãos naquela posição até ser altura de avançar para outra posição. Quando chegou a vez da Inês chegar ao chakra cardíaco, a Inês começou a sentir dores nas mãos. Teve de as afastar e criar uma certa distância. Terminamos o tratamento e o senhor saiu a dizer que não sentiu nada. Mais tarde, em conversa com a responsável do centro, acabei por perguntar se estava tudo bem com esse senhor, pois tínhamos ambas sentido algo deveras intenso na zona do peito. As nossas sensações tinham fundamento.
  • Fizemos Reiki a uma senhora com depressão, que começou a sessão a choramingar. Acabou por sair a sorrir e a perguntar-nos quando voltamos.
  • Outra senhora… Fui sentindo as atroses, a tristeza e a angú Senti também uma doçura imensa que me foi fazendo sorrir. Essa doçura misturada com tristeza era de partir o coração. No final mostrou-se preocupada com os filhos todos… e fez algumas confissões que me fizeram perceber de onde vinha aquela tristeza toda. Saiu com um grande abraço apertado meu e da Inês e a pedir-nos para voltarmos.
  • Recebemos outro senhor (houve apenas 2 senhores a quererem receber Reiki). Este foi hosteopata e já tinha andado a ler sobre Reiki, chakras, etc e chegou a trocar algumas ideias connosco.

No fim, eramos para ter ficado 2 horas a doar Reiki… acabámos por estar 3h30.

O feedback foi muito positivo por parte dos utentes do Centro e muitos perguntaram se voltamos. O Centro mostrou-se interessando em proporcionais mais atividades destas, após as férias.

As duas grandes lições que tirei foi:

  • Confia nas tuas sensações e “let it flow”;
  • Nem sempre nos deparamos com pessoas de bom coração e humildes e temos de ser flexíveis (“flexíveis como o bambu”, diria o nosso Mestre) para lidarmos com todos;
  • Coração predisposto e confia! Sempre!

Foi uma experiência fantástica. Adorei a manhã. Gostei muito de conhecer o Marcos, a responsável pelo centro de dia e a Rita que não conhecia ainda.

Obrigada Rita e Inês. Foi maravilhoso estar convosco.

Obrigada João por nos empurrares para estas experiências que valem toda a pena serem vividas, de alma e coração.

Inês Lopes, órgãos sociais APR

 

“Quando acordei hoje de manhã não esperava que este dia fosse marcar-me tanto e me preenchesse tanto o coração. Quando a ideia desta actividade surgiu nem hesitei em chegar-me à frente e predispor-me de corpo e alma a ajudar o próximo e doar o tempo à comunidade.

Não sabia bem o que esperar, mas descontraidamente fui. Ao longo do percurso até ao Bairro do Casal da Mira conheci a Rita Beja, que se revelou mais uma grande irmã Reikiana, que tenho a certeza que ainda vai partilhar mais momentos destes comigo e que me ajudou a confirmar que estou no caminho certo e que as mudanças que o Reiki me tem trazido não são só minhas.

À chegada ao Centro de Dia do Casal de Mira estava tudo muito calmo, fomos rapidamente recebidas pela Rita Mourinho, responsável pelo Centro de Dia, a quem se juntou Marcos Varela uns momentos após.

Foram muito atenciosos e ajudaram-nos a montar o material.

No início, os utentes do Centro de Dia que se aproximaram das salas onde tínhamos as marquesas, estranharam um pouco a nossa presença, mas rapidamente nos acolheram com carinho e aceitação por verem caras novas no espaço que frequentam todos os dias. Caras novas acompanhadas de corações fresquinhos e prontos para partilhar com os utentes Reiki.

Somente um dos utentes interessados em receber Reiki demonstrou ter alguns conhecimentos a nível de terapias energéticas, mas pouco importa, porque embora os restantes utentes desconhecessem a terapia Reiki e os seus benefícios e como é uma sessão de Reiki, todos ficaram cada um à sua maneira rendidos ao bem-estar, alívio de ansiedade e dores, que lhes proporcionámos.

Cada um com as suas comorbilidades físicas, tão características da idade de Ouro, e necessidades emocionais, a maioria declarou-se pronto e de coração aberto para nos receber novamente.

As aprendizagens que retiro desta experiência de voluntariado são enormes.

  • Se estivermos abertos a ajudar o outro e ver no outro um semelhante, com todos os seus medos e inseguranças, esperanças e ânsias, podemos fazer a diferença na sua vida e nós próprios somos imediatamente recompensados por crescimento pessoal e auto-conhecimento, não só dos nossos sentimentos e emoções, mas também desenvolvemos a nossa percepção do byosen;
  • Ninguém precisa de ter conhecimentos seja do que for, se um gesto simples e desapegado dum desconhecido lhes trouxer calor no coração e conforto no olhar;
  • Não importa o quanto sabemos de Reiki, nunca saberemos tudo, mas é muito importante sim ter uma postura humilde de quem está sempre pronto a descobrir mais;
  • Cada um de nós tem uma missão especial que lhe foi entregue e que tem que descobrir aos poucos e fazê-la cumprir, mas se unirmos forças, talentos, vontade de fazer mais vamos muito mais além e com a companhia certa quebramos muito medos

Por isso mesmo desejo do fundo do meu coração que a Associação MirActiva se mantenha jovem, forte e dinâmica no caminho que já iniciou e que já conta com tantas iniciativas fundamentais para a comunidade do Bairro. É um privilégio enorme colaborar convosco e tenho a certeza que iremos unir forças novamente e levar mais sorrisos e calor no coração a muito mais pessoas.

Rita Beja, voluntária

Bem cedinho lá estávamos nós, prontinhas para receber de braços abertos todos quantos quiseram experimentar. Por um motivo ou por outro confiaram-se a nós e entre os falares da vida, receberam Reiki, adormeceram, sorriram e queriam só mais um bocadinho.
Esta minha experiência foi diferente, pois comecei a doar enquanto a Inês e Patrícia falavam com os utentes na sala de espera, o resultado foi um continuar de pessoas sem conseguir chegar às minhas colegas de partilha, á medida que as utentes com todas suas dificuldades físicas me davam o braço e me “puxavam” para a sala.
O “meu” público foi essencialmente senhoras já crescidas, a mais crescida com 93 anos que por entre as minhas mãos nas posições insistia em que pusesse sempre uma mão no coração dela, e se ela sentia eu sentia esse lugar com ela e foi maravilhoso.
Ficou na minha experiência uma senhora muito “dona do seu nariz” que insistia em ver tudo e que saiu da sala a estalar os dedos e a cantar, a senhora que estava a recuperar de uma operação aos joelhos que passou a sessão a sorrir e que eu perguntei: Está a sorrir? Está bem?” e ela disse: Sim, é de uma quentura boa!
Tratei essencialmente questões emocionais, pois era para essa vertente que o Reiki me direccionava, para além de algumas questões físicas que eram próprias da idade, articulações, visão… A minha grande lição de hoje teve a ver com a confiança e com o valor do toque, a forma como a desconfiança em algo que não conhecemos depressa se recompõe através de um simples toque que comunica por si só, transformando a forma como percepcionamos as coisas. Aprendi que é importante estarmos atentos aos sinais mais simples, para que a nossa prática seja uma prática baseada na confiança.
Ao fim de 3h a doar, e depois da minha última utente, encontro as minhas colegas de partilha do outro lado e foi um grande momento de felicidade e de riso, pois pelas circunstâncias não nos víamos à que tempos.  Depois dum abraço partilhámos as nossas experiências, bastante diferentes, mas muito gratificantes para todas.
Mal posso esperar por mais!

Designer, Mestre, Terapeuta de Reiki, Presidente da Associação Portuguesa de Reiki e fundador da Ser - Cooperativa de Solidariedade Social. Autor dos livros «Reiki Guia para uma Vida Feliz», «O Grande Livro do Reiki», «Reiki Usui», entre muitos outros. Fundador da revista "Budismo, uma resposta ao sofrimento". Acima de tudo quero partilhar contigo o porquê de Reiki ser a «Arte Secreta de Convidar a Felicidade».

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