
Reiki em hospitais – críticos e adeptos
Reiki está cada vez mais presente na saúde pública, principalmente nos hospitais. Esta é uma reportagem sobre hospitais no estado de Nova Iorque, com os aspectos positivos e negativos da prática. Uma reportagem realizada por James Mulder para o Blog Syracuse. É de salientar os aspectos muito positivos dos testemunhos e as razões que os hospitais dão para terem, gratuitamente, o serviço de Reiki aos seus pacientes. Os comentários de Pamela Miles revelam-se também importantes assim como os critérios de admissão dos praticantes.
Uma energia de cura? Agora em hospitais, o Reiki reúne críticos e adeptos.
Outro céptico do Reiki é o Dr. Val Jones, presidente e CEO de Better Health, um website de informação de saúde e antigo director médico do website médico “Revolution Health”. O médico chama a Reiki uma «falsa ciência» e diz que não há lugar nos hospitais. »Eu penso que é errado alavancar a marca e confiança na oferta de terapias que não são científicas». «Tendo disponível no hospital, faz parecer ao paciente que não é culto, que esta é uma terapia legítima que irá fazer-lhe bem».
Os hospitais locais dizem que não usam Reiki como substituto de tratamentos médicos convencionais, mas que o oferecem como serviço complementar. Os seguros de saúde não pagam por Reiki, desta forma Crouse e Upstate, oferecem-no gratuitamente. O VA providencia Reiki a alguns pacientes na sua clínica da dor e inclui como parte de um exame regular.
O Dr. Scott Treatman, Director da saúde dos colaboradores no Hospital Crouse, diz que os inquéritos realizados a pacientes indicam que Reiki os ajuda.
Crouse inquiriu 390 paciente que receberam Reiki entre Janeiro de 2008 e Dezembro de 2009. Os pacientes foram inquiridos sobre o nível de stress antes e depois do tratamento, numa escala de 0 a 5, onde 0 é sem stress e 5 com alto stress. Também classificaram a dor antes e depois dos tratamentos. A média do stress dos pacientes era de 2.77 antes de Reiki e .97 depois de Reiki. A média dos pacientes na dor era .99 antes de Reiki e .78 depois.
«A evidência, no entanto, apesar de não ser revista em jornais da especialidade, fala por si mesma», diz Treatman. «Não estamos apenas no negócio de retirar visículas biliares, mas também de tornar a experiência do paciente mais confortável».
Michael North, um paciente em dor crónica, no VA Medical Center, jura pelo Reiki.
North, 54 anos, de Tully, sofre de dores relacionadas com a zona lombar e pescoço. O veterano da Guarda Costeira teve três cirurgias ao longo de 24 anos.
North tentou anti-inflamatórios, mas não ajudaram. Ele disse que teve um tempo difícil para tentar relaxar. Disse que Reiki foi a única coisa que suavizou a sua ansiedade. Teve o seu primeiro tratamento de Nancy J. Barnum, uma enfermeira praticante na clínica da dor em VA.
«Numa questão de minutos, após tocar simplesmente na minha testa, de súbito, senti como se cada problema me fosse retirado», disse North. «Eu não conseguia acreditar».
Barnum disse que aprender a relaxar é uma estratégia chave para a dor crónica em pacientes como North. A medicação, terapia comportamental e outras técnicas de relaxamento não funcionam em alguns pacientes. Para esses, alternativas como Reiki são por vezes mais eficazes, disse.
«Se puder ajudar alguém a controlar o seu nível de stress e induzir mais uma capacidade de resposta, a dor torna-se mais suportável», disse Barnum.
Reiki, há muito disponível na comunidade através de praticantes privados e através de algumas práticas médicas, está a ganhar mais tração em hospitais. Algumas enfermeiras começaram a oferecer Reiki em Crouse há sete anos atrás.
À medida que o interesse nas terapias alternativas aumentou, o hospital formalizou o programa. «A administração disse “se os pacientes estão a beneficiar do Reiki, então porque não o fazermos?”», disse Bob Allen, um vice presidente de Crouse.
Joyce Appel, um professor ou mestre de Reiki experiente, coordena o programa de Reiki em Crouse. Ela e 16 outros colaboradores de Crouse, praticantes de Reiki, oferecem no seu tempo livre aos pacientes da maternidade, oncologia e pacientes dependentes de químicos. O hospital espera poder expandir o programa para tornar a terapia disponível a cada vez mais pacientes.
Upstate treinou cerca de 30 colaboradores para oferecer Reiki a pacientes.
«Não conseguimos gerir todos os pedidos que recebemos?, diz a Rev. Louise Tallman Shepherd, uma capelã pediátrica e Mestre de Reiki em Upstate.
Ela e Sue Karl, uma especialista em vida infantil, e Mestre de Reiki, providenciam Reiki a crianças hospitalizadas.
Uma delas foi uma criança em idade escolar com uma história de doença psiquiátrica que ficou acordada durante três dias antes de ser admitida. No hospital, a criança não conseguia dormir, mesmo tendo tomado sedativos.
Shepherd e Karl falaram com os pais da criança e receberam a permissão para experimentar Reiki. Após tratar a criança quase uma hora, ela adormeceu durante 15 horas e teve alta no dia seguinte, de acordo com Shepherd e Karl.
«Os pais estavam bastante aliviados», disse Shepherd.
Não existe uma regulação formal no treino e certificação de praticantes de Reiki. Isso criou um problema de credibilidade, de acordo com Pamela Miles, Mestre de Reiki e autora de Nova Iorque.
«Os praticantes estão por todo o lado, literalmente de pessoas que carregam num website e se consideram a si mesmas Mestres de Reiki, até pessoas que passaram por muitos anos de treino», disse Miles. «É realmente um mercado que requer cuidado do consumidor».
Ela recomenda os consumidores a perguntar aos praticantes se eles foram treinados pessoalmente para serem Mestres de Reiki. Miles disse também que os consumidores devem perguntar aos praticantes sobre a sua experiência clínica, os seus valores e, mais importante, se eles praticam autotratamento todos os dias.
Shepherd and Karl spoke with the child’s parents and received their permission to try Reiki. After treating the child for nearly an hour, the youngster fell asleep for 15 hours and was discharged the next day, according to Shepherd and Karl.
Crouse e Upstate verificam as credenciais e treino dos seus empregados antes de os autorizar a providenciar Reiki aos pacientes.
Barnum do VA, diz que mais hospitais estão a oferecer Reiki porque os pacientes estão a pedir alternativas.
«Fica-se farto de pessoas a mandar pílulas para o problema a todo o tempo, especialmente se não ajudam e se se lida com efeitos secundários», disse.
Reiki também providencia aos hospitais uma forma de restabelecer uma conexão física com os pacientes, algo que está a desaparecer dos hospitais à medida que estes se tornam mais high tech, disse.
«É fácil para as pessoas sentirem-se como sendo os quatro últimos dígitos do seu número de segurança social ou o fígado no quarto 538», diz Barnum. «Coisas como Reiki podem tornar tudo menos impessoal».
Tradução: João Magalhães

