Reiki

Os símbolos de Reiki mostrar ou não, o respeito e a elucidação

A questão de os símbolos de Reiki se manterem fora do conhecimento público, com uma conotação de sagrado tem mais a ver com os aspectos de uma sociedade ocidental que oriental e muito será um resultado das crenças de cada um. Para tentarmos avaliar correctamente a compreensão e exposição dos símbolos, temos que ter alguns conceitos em mente e, para os aceitar, temos que manter uma mente de principiante.

A única altura que temos registos da prática dos símbolos de Reiki é a da Mestre Takata. Nas suas aulas, ensinava o seu significado e como desenhar, tendo depois que os alunos queimar o papel, com todo o respeito. Ninguém ficaria com apontamentos dos símbolos, pelo menos vindos das aulas da Mestre Takata. Para ela, os símbolos significavam algo de sagrado, de muito respeitoso. A primeira vez que temos o conhecimento dos símbolos é através dos livros «The Challenge To Teach Reiki» de A.J. MacKenzie Clay (1992), e «Reiki Essencial», de Diane Stein (1995). Todo o universo do Reiki mudou com estas publicações.

Os símbolos de Reiki, são representações de frequências e acções e cada um por si, não representa o Reiki, a Energia Universal mas sim um aspecto que ela poderá manifestar e actuar.

O único pecado verdadeiro consiste em ignorar o universal, princípios intemporais da existência. Essa ignorância é a raiz de todo o mal e de todo o comportamento desviante. – Morihei Ueshiba.

Para compreendermos a prática de Reiki e a sua origem, temos que nos lembrar que esta surgiu no Japão e, como em qualquer sociedade, existem influências que cruzam até o mais comum dos actos. No oriente, a escrita é conduzida pelos kami (deuses). O calígrafo levanta o pincel ao céu, para ir buscar ki, para o manifestar no papel. Então, toda a escrita tem um sentido sagrado, de algo que vem dos deuses. Nos templos, vendem-se papéis com orações ou símbolos carimbados que servem para proteger a pessoa ou a casa. Esses papéis devem estar à vista. Nos templos Johrei, o Daikomyo está bem à vista. Então, o sagrado tem exposição pública o que não impede de que se mantenha como símbolo de respeito e atenção.

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Será que devemos mostrar os símbolos de Reiki ou não?

A cruz é um símbolo sagrado para os cristão, a estrela de David para os judeus ou a palavra de Alá para os muçulmanos. Estes símbolos são motivo de profundo respeito e geração de guerras quando «profanados». Colocar questões sobre mostrar ou não os símbolos de Reiki é algo de íntimo para cada um mas não deve ser de impeditivo para todos. O respeito está dentro de nós e, se realmente prezamos e praticamos os cinco princípios, compreendemos as necessidades que cada um tem e a fronteira da liberdade pessoal e colectiva. Hoje, o Reiki ainda precisa de muito esclarecimento público, quanto mais cultivarmos dogmas mais mostramos a ideia de que é algo de «esquisito» e esse cultivo é feito por nós mesmos, não poderá ser antes uma questão de ego?

Ao mostrar os símbolos e esclarecer o seu uso, não devemos, de forma alguma, perder o respeito pelo que fazemos. Essa é a prática do quinto princípio de Reiki. Por isso, como opinião e prática pessoal, eu não tenho qualquer problema em mostrar ou explicar o que são os símbolos e a sua origem. Tenho a perfeita lembrança de que ainda há bem pouco tempo se conhecia o que realmente o Hon Sha Ze Sho Nen queria dizer, ou mesmo o Daikomyo, qual era a origem do Seiheki e, principalmente, para que serviam esses símbolos. Com certeza que os praticantes mais antigos se lembram que por vezes era-nos ensinado que se usássemos o Seiheki sozinho ia ser muito mau, quando o símbolo por si significa harmonia e purificação, serve para corrigir hábitos. Esta é a diferença entre querermos saber um pouco mais, compreender a origem e propósito das coisas e mantermos a mistificação.

Porque viveu intensamente a sua vida
a grama seca ainda chama a atenção de quem passa.
As flores apenas florescem,
e fazem isso da melhor maneira que podem.
O lírio branco no vale, que ninguém vê
não precisa explicar-se a ninguém;
vive apenas para a beleza.
Os homens, porém, não podem conviver com o “apenas”.

Mitsuo Aida

Mantém o respeito pelos símbolo e pelo Reiki, pelas tuas acções diárias e pela capacidade de não julgamento. Auxilia dando a mão e levando o esclarecimento, promove o Reiki como uma prática que ajuda no caminho para a felicidade. Os símbolos representam apenas frequências, o Reiki representa muito mais.

Em primeiro lugar temos que curar o nosso espírito. Em segundo lugar, temos de manter o nosso corpo saudável. - Mikao Usui
Em primeiro lugar temos que curar o nosso espírito. Em segundo lugar, temos de manter o nosso corpo saudável. – Mikao Usui

O que será reservado no Reiki?

Para mim, o que mais devemos ter em atenção de não mostrar, assim como partilhar levianamente, é o processo de sintonização. Reiki é para todos, felizmente mas o trabalho de uma sintonização não se fica por mero gesticular de mãos ou desenho de símbolos. Vale a pena reflectir sobre a importância dos actos e o valor que damos a eles. Tudo tem o seu tempo e por isso mesmo o Mestre Usui tinha como primeiro princípio, só por hoje, sou calmo.

Daikomyo - Grande Luz Brilhante
Daikomyo – Grande Luz Brilhante

 

 

Designer, Mestre, Terapeuta de Reiki, Presidente da Associação Portuguesa de Reiki e fundador da Ser - Cooperativa de Solidariedade Social. Autor dos livros «Reiki Guia para uma Vida Feliz», «O Grande Livro do Reiki», «Reiki Usui», entre muitos outros. Fundador da revista "Budismo, uma resposta ao sofrimento". Acima de tudo quero partilhar contigo o porquê de Reiki ser a «Arte Secreta de Convidar a Felicidade».

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