Nível 3B - Gokukaiden,  Reiki

Aceitar alunos de Reiki de outros sistemas e ensino à distância

É muito comum um praticante de Reiki fazer o seu percurso com vários mestres. Isto pode acontecer por várias razões, localização, suporte, práticas, conceitos, entre muitas outras. Cabe ao “novo” Mestre verificar como irá aceitar os seus novos alunos de Reiki de níveis, sistemas e ensinos diferentes do seu. Nesta partilha, pretendo apenas colocar alguns pontos de reflexão e não de qualquer tipo de julgamento.

Quando o sistema de Reiki é diferente

Muitos Mestres de Reiki têm adoptado o refrescamento das técnicas que têm surgido, do que era o Usui Reiki Ryoho. Não só as técnicas mas também toda a história do Reiki. Então, muito possivelmente a passagem de um Mestre para o outro é muito simples no conteúdo mas poderá não o ser na forma pois cada um ensina de uma maneira muito pessoal.

Para uns sistemas será muito fácil a adaptação, para outros não pois são uma simplificação ainda maior do sistema essencial, tendo adicionados linhas espirituais específicas ou crenças dos Mestres que criaram esse sistema. O aluno quando quer aprender Reiki, deve também verificar se realmente vai aprender Reiki.

Devemos também verificar como está a prática e integração da filosofia de vida no quotidiano da pessoa. Há sistemas que não dão grande atenção à base do Reiki mas apenas à parte terapêutica e aos conceitos espirituais que decidiram adicionar. Sem a prática dos princípios não há uma verdadeira transformação com o Reiki.

O ensino de Reiki à distância é uma opção própria do aluno e do Mestre. Por vezes, por situações geográficas, é impossível o curso presencial. Fica à consideração de cada um o acompanhamento, a avaliação da prática e a consistência da energia.

Dica:

  • Quando os alunos de Reiki vêm de outros sistemas, peçam os seus manuais. Estes manuais apenas servem para ver o contexto, não como avaliação. Sabemos que nem sempre é possível actualizar manuais e que estes, muitas vezes, nem representam 20% do que é ensinado.
  • Falem com o aluno, convidem-no a assistir um workshop do nível anterior ao qual ele se propõe e depois partilhem um com o outro. Foi simples para o novo aluno, houve coisas diferentes? O aluno poderá até considerar em repetir o nível anterior.
  • O Mestre poderá dar a sintonização do nível anterior(es).

Sintonizar para quê?

Acredito ser importante sintonizar o aluno no nível ou níveis anteriores e, se possível, participar nos cursos anteriores. Cada mestre optará se isso terá um retorno monetário ou de outra forma mas, acima de tudo, o mais importante é não esquecer que acolheremos os novos alunos de Reiki na escola, na família que ali se constrói.

A sintonização é importante pois ela ajudará o aluno firmar e trabalhar todo o seu campo energético, em primeiro lugar. Em segundo, tem a importância dos símbolos pois alguns sistemas usam símbolos diferentes, principalmente no Honshazeshonen e no Daikomyo. É muito importante que os símbolos estejam devidamente desenhados e colocados no praticante.

Reiki é um caminho que nos traz uma grande transformação, em todos os sentidos. Não se atinge essa transformação de um dia para o outro. O trabalho é essencialmente feito pelo aluno mas acompanhado pelo Mestre.
Reiki é um caminho que nos traz uma grande transformação, em todos os sentidos. Não se atinge essa transformação de um dia para o outro. O trabalho é essencialmente feito pelo aluno mas acompanhado pelo Mestre.

Conclusões

Para novos alunos de Reiki, vindos de outros sistemas de ensino, o Mestre pode reflectir sobre:

  1. Sintonizar o aluno no nível ou níveis anteriores;
  2. Avaliar o seu conhecimentos dos cinco princípios e a prática na vida diária, para a sua transformação da mente e do corpo;
  3. Avaliar os seus conhecimentos teóricos e, principalmente, práticos;
  4. Avaliar energeticamente o aluno, para compreender se está preparado para o passo seguinte;
  5. Avaliar as condições emocionais, mentais e espirituais para o nível a que ele se propõe.

Este último ponto pode ser mais «polémico» pois no Reiki não há um conceito mecânico, nem meramente racional. No entanto, se o aluno está numa fase complicada da vida, com o seu canal energético bastante destabilizado e em desarmonia, talvez seja preferível primeiro ter umas sessões de Reiki, para se harmonizar, praticar um pouco mais o autotratamento e praticar com os colegas as técnicas do nível anterior. Ao atingir a harmonia necessária, sim, passar para o nível a que se propôs. Não podemos também olhar para esta observação com rigidez pois a sintonização e a sua intenção, podem fazer toda a diferença.

Designer, Mestre, Terapeuta de Reiki, Presidente da Associação Portuguesa de Reiki e fundador da Ser - Cooperativa de Solidariedade Social. Proprietário e Editor Geral da Revista Reiki & Yoga. Autor dos livros «Reiki Guia para uma Vida Feliz», «O Grande Livro do Reiki», «Reiki Usui», entre muitos outros. Fundador da revista "Budismo, uma resposta ao sofrimento". Acima de tudo quero partilhar contigo o porquê de Reiki ser a «Arte Secreta de Convidar a Felicidade».

Um comentário

  • Cidália Abreu

    Mais uma vez um excelente texto que vem responder à questão em que já tinha pensado. Grata por mais esta partilha e que todos os Mestres reflictam sobre isto.

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