Reiki

Pode um mestre de Reiki recusar um aluno?

O ensino de Reiki tem as suas questões e desafios. Um dos que maior impacto tem na nossa reflexão e vivência é “Pode um mestre de Reiki recusar um aluno”?

Para muitos praticantes esta questão se calhar nunca lhes fez qualquer sentido, para muitos mestres nunca tal lhes aconteceu. Mas, pode acontecer.

Se ultrapassarmos a crença de que um Mestre de Reiki é uma pessoa absolutamente elevada, com uma compreensão sábia, com todas as suas questões de vida resolvidas, então percebemos que o encontro de duas pessoas para um percurso de aprendizagem, pode trazer desafios e dores.

Naturalmente que a primeira reacção, ao ver esta questão, por quem não passe por ela é algo como “é um momento necessário”, “é uma situação de crescimento para ambos”, “não deve haver recusa porque Reiki é amor incondicional“, entre muitas outras…

No entanto, o estado de espírito no momento de vida do mestre de Reiki, poderá ditar a sua predisposição para aceitar ou não.

Os pressupostos, hipotéticos, para a recusa de um aluno

Coloco alguns dos pressupostos, hipotéticos, que poderão causar a recusa de um aluno, por parte de um mestre de Reiki. Tenham em atenção que estes tópicos são meramente hipotéticos e dependerão do momento de vida do mestre.

  • O aluno indica à partida um desrespeito pela prática de Reiki, indicando a desvirtuação da prática para contextos menos positivos para os outros (consequentemente para si mesmo também);
  • Apresenta perturbações mentais, para as quais o mestre não tem experiência para lidar;
  • O mestre sente um choque energético com a pessoa e uma fricção entre os dois. A experiência está mais presente no campo do sentir mas é suficientemente forte para provocar mau estar;
  • O aluno pretende realizar o curso com um propósito meramente financeiro para que possa chegar à prática profissional, querendo fazê-lo em tempo recorde;
  • A pessoa não respeita o valor do mestre de reiki e do seu ensino, pretendendo a gratuitidade apenas porque esta é a sua crença e vontade;
  • Há uma falte de “à vontade” com a pessoa, uma sensação de que algo não está certo.

Estes pequenos tópicos trazem-nos muita matéria de aprendizagem e reflexão. Um mestre de Reiki é um praticante que tem ainda toda uma vida para crescer.

Quer no ocidente, quer no oriente, a aceitação de um aluno por parte de um Mestre era algo muito pouco linear. Hoje em dia, encaramos o ensino como aberto a todos, com obrigatória aceitação. Se olharmos para as questões com seriedade, compreendemos que muitas vezes o mestre deve recusar o aluno, tirando também a sua própria lição com essa questão. A aprendizagem é contínua, na vida.
Quer no ocidente, quer no oriente, a aceitação de um aluno por parte de um Mestre era algo muito pouco linear. Hoje em dia, encaramos o ensino como aberto a todos, com obrigatória aceitação. Se olharmos para as questões com seriedade, compreendemos que muitas vezes o mestre deve recusar o aluno, tirando também a sua própria lição com essa questão. A aprendizagem é contínua, na vida.

No caso de um mestre de Reiki se deparar com uma situação destas, fazendo uso dos ensinamentos dos cinco princípios, pode tomar uma reflexão:

  • O que esta situação me traz que origina desconforto?
  • Sinto-me de alguma forma afectado na integridade e nas minhas próprias crenças?
  • Conseguirei, à luz dos cinco princípios, lidar com esta situação no meu momento presente de vida ou será preferível indicar outro mestre?
  • Conseguirei, com desapego, partilhar o que sei e sinto do Reiki com esta pessoa? Se não, porquê e de que forma poderei me transformar para saber lidar com estas situações no futuro?

Naturalmente o mestre de Reiki pode recusar um aluno, se possível indicando até alguém com quem ele possa fazer o seu caminho (dependendo da questão). O mesmo está no código deontológico para Mestres de Reiki, da Associação Portuguesa de Reiki.

Se temos a força de dizer que sim, temos o poder de dizer que não. É importante compreender os nossos limites, o que nos pode magoar e fazer magoar os outros. Um mestre de Reiki tem um percurso lindíssimo para a sua vida, seguindo os cinco princípios mas continua a ser um Ser Humano, como qualquer outra pessoa.

Só por hoje, temos que ser gratos pelas experiências e oportunidades pelas quais passamos.

Designer, Mestre, Terapeuta de Reiki, Presidente da Associação Portuguesa de Reiki e fundador da Ser - Cooperativa de Solidariedade Social. Autor dos livros «Reiki Guia para uma Vida Feliz», «O Grande Livro do Reiki», «Reiki Usui», entre muitos outros. Fundador da revista "Budismo, uma resposta ao sofrimento". Acima de tudo quero partilhar contigo o porquê de Reiki ser a «Arte Secreta de Convidar a Felicidade».

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João Magalhães Reiki
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