Reiki

A banalização do Reiki ou talvez não

No momento em que a prática de Reiki começa a ter maior visibilidade, chegando a mais pessoas como praticantes ou como utentes, começa também a surgir a ideia de que está a haver uma banalização do Reiki. Será que podemos mesmo pensar que a prática se encontra desvirtuada, servindo como moda ou será que podemos pensar que ela está a florescer e a encontrar o seu lugar na sociedade?

Reiki não pode ser interpretado unicamente como uma prática terapêutica. É, antes de mais, uma filosofia de vida assente em cinco princípios, sem os quais, não existe a verdadeira mudança. De pouco adianta fazer repetidos tratamentos senão mudamos os padrões de consciência. Se então é uma prática voltada para o desenvolvimento pessoal, além da sua vertente terapêutica, o alcance da prática na sociedade pode ser gigantesco.

Porque surge a ideia da banalização do Reiki

Hoje vemos a prática de Reiki a ser realizada em diferentes ambientes e diferentes condições. Cada vez mais de uma forma pública e aberta. Reiki está presente em muitos eventos de saúde e bem-estar, está presente em instituições de solidariedade, em universidades autodidactas, em revistas, em hospitais, em cabeleireiros, em casas particulares e muito mais locais. Os seus praticantes são de diferentes estratos sociais e com diferentes profissões. Reiki é interpretado e vivido de uma forma muito íntima, muito pessoal.

Quando esta prática chega aos eventos públicos e à exposição mediática, algumas pessoas começam a sentir que aquilo que era reservado, torna-se público. Vamos, antes de mais, fazer uma revisão histórica. Quando a autora Diane Stein escreveu o livro Reiki Essencial e expôs publicamente e pela primeira vez os símbolos de Reiki, originaram-se sentimentos mistos sobre essa exposição.

Num tempo de tradição oral, pois a Mestre Takata assim o ensinava e muitos mestres também, acabou por ser um alívio para aqueles que tinham dúvidas e não conseguiam memorizar os símbolos. Para outros foi uma “ofensa”, a revelação de símbolos “sagrados”.

A ideia da banalização do Reiki deve ser avaliada com muito bom senso e muita prática dos princípios. Será que queremos que o Reiki e nós praticantes sejamos considerados especiais por fazer algo que nem todos fazem?

A Mestre Takata teria uma resposta muito interessante para esta questão – Reiki está disponível para quem o procura.

Reiki é uma prática de amor incondicional. Precisamos de mente limpa e coração predisposto, para uma prática consistente e de verdadeira transformação.
Reiki é uma prática de amor incondicional. Precisamos de mente limpa e coração predisposto, para uma prática consistente e de verdadeira transformação.

O especial e ser especial está em cada um

Se considerarmos que Reiki, a sua prática e os seus praticantes são “especiais” então estaremos a fugir do quinto princípio. A bondade, a compaixão e o amor incondicional, ensinam-nos que devemos olhar para todos como seres únicos e especiais, incluindo nós mesmos. Então, não podemos encarar a exposição e revelação social do Reiki nessa perspectiva mas, devemos reflectir sobre as intenções e fins.

O Respeito pelo Reiki

As intenções e fins pelos quais se faz uma exposição pública do Reiki é que pode ser motivo de reflexão. Para que serve, que bem traz a muitos, onde se quer chegar com isso?

Se queremos evitar a ideia da banalização do Reiki temos que investir também no esclarecimento e na demonstração do Respeito pelo Reiki. Os praticantes deviam ser um pouco mais unidos na ideia do respeito – respeitar a diferença, lidar com as situações de forma compassiva, dar a mão e mostrar que realmente Reiki traz transformação.

Reiki não está banalizado, deve estar presente na sociedade e cada vez mais. Se o for realmente aplicado com genuinidade então será um caminho de mudança positiva, não só para a pessoa mas também para todos aqueles que a rodeiam, em última análise, será também um caminho de mudança social.

Designer, Mestre, Terapeuta de Reiki, Presidente da Associação Portuguesa de Reiki e fundador da Ser - Cooperativa de Solidariedade Social. Autor dos livros «Reiki Guia para uma Vida Feliz», «O Grande Livro do Reiki», «Reiki Usui», entre muitos outros. Fundador da revista "Budismo, uma resposta ao sofrimento". Acima de tudo quero partilhar contigo o porquê de Reiki ser a «Arte Secreta de Convidar a Felicidade».

7 comentários

  • Cidália Abreu

    Mais uma vez, João, sou grata por estas partilhas de sabedoria e neste tema utiizo as tuas palavras porque não direi melhor

    “Reiki não pode ser interpretado unicamente como uma prática terapêutica. É, antes de mais, uma filosofia de vida assente em cinco princípios, sem os quais, não existe a verdadeira mudança”

    “As intenções e fins pelos quais se faz uma exposição pública do Reiki é que pode ser motivo de reflexão. Para que serve, que bem traz a muitos, onde se quer chegar com isso?”

    E que, através do exemplo, a mudança se dê em nós, nos que nos rodeiam e consequentemente na sociedade.

  • Catarina Vaz

    Bom dia. Fiquei muito feliz por este texto porque respondeu precisamente a muitas perguntas que tinha em mente. Todos temos o direito ao Reiki e foi por isso qué usui não guardou a descoberta para ele é divulgou depressa. É de todos para todos.

  • Mariah Almeida

    Eu gostei do texto…mas sou a favor dos símbolos para que sejam preservados , como foram ditos no ano 2000 qdo terminei a meu Treinamento e passei a Praticar com a minha família, e depois comecei a praticar em outros que me procuravam!!! Eu penso que ficou algo em que através da internet tudo ficou mas facil. E quer pessoa pode fazer os Cursos em 24 horas.

  • Rita Saraiva

    Boa noite João Magalhães!
    Grata pela partilha, mas tenho uma questão…não será banalizar o Reiki dando cursos atrás de cursos sem respeitar os 21 dias, os 6 meses, nas práticas de Reiki o (não) conhecimento da anatomia do corpo humano, o não acompanhamento por quem os leciona? Já para não falar na carga horária de cada nível….
    Grata
    Rita

    • João Magalhães

      Olá Rita, muito obrigado pelo teu importante comentário.
      Como não existe uma regulamentação, cada mestre acaba por fazer como acha melhor, mas acredito que o bom senso está a começar a imperar e cada um vai vendo as necessidades que hoje existem, dando assim acompanhamento e tempo para o curso.
      Muito obrigado pela tua opinião.

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