Reiki

Mestre de Reiki, o que fazes pelos teus alunos?

Não é tarefa fácil chegar a Mestre de Reiki se realmente nos predispusermos a levar o tempo necessário para a prática e vivência. Construir o caminho pode parecer simples – é dar cursos mas, não é!

Quando começamos a preparar as aulas, apercebemo-nos da complexidade. Quando recebemos os alunos e os trabalhamos individualmente, cada um com as suas características e necessidades, mais complexidade surge. Mas, como resolver ou encarar essas situações?

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O próprio Reiki dá-nos essas respostas, através dos cinco princípios. “Só por hoje”, lida com uma situação de cada vez, não te deixes atropelar pelas emoções. “Sou calmo”, procura receber as situações com tranquilidade e dá também tranquilidade àqueles que te procuram, faz crescer as emoções positivas. “Confio”, se te surgirem perguntas complicadas, que nunca viveste nem tomaste conhecimento, então sê humilde – nada como abertura, verdade e simplicidade. Um Mestre de Reiki não é um ser supremo que atingiu o auge da sabedoria. É um Ser em construção. “Sou grato”, agradece pelos teus alunos e pelas situações, não te queixes tanto por ter poucos alunos ou não os teres – tudo leva o seu tempo e a vida é muito dinâmica. Quem hoje tem muitos, amanhã não tem, depois volta a ter – tudo é impermanente, daí valer a pena agradecer. “Trabalho honestamente”, sê sempre verdadeiro e entrega o teu melhor aos outros. Essa honestidade inclui até as tuas experiências que falharam, por vezes ao partilhar o caminho errado, outros aprendem e tiram lições por aí, não vale a pena te meteres num pedestal. “Sou bondoso”, acima de tudo. Essa bondade começa por ti e aumenta para todos os que te rodeiam. Não te atormentes com os erros mas corrige-os, não te peses com a incapacidade mas gera coisas boas que possam ser úteis para muitos. Sê feliz e ajuda os outros a sê-lo, é essa a essência do Reiki, “a arte secreta de convidar a felicidade”.

E quando formamos um Mestre de Reiki?

Tão exigente é formar um nível 1 como um nível 3b, a responsabilidade e exigência é a mesma para todos os níveis. Ao formarmos Mestres de Reiki estamos a iniciar um novo ciclo que dará oportunidade ao nosso aluno. Então, devemos refletir – que oportunidades dou aos meus alunos, o que faço pelos meus alunos?

Não podemos encarar o Reiki, hoje em dia, como apenas um dia e adeus. Principalmente neste momento, em que tanta divulgação e esclarecimento está a ser feito, quando surge voluntariado em todo o tipo de instituições sociais e até hospitais. Pode haver uma grande diferença entre um aluno de nível 2 que faz um dia de prática e um que passa meses a praticar. Neste aspecto colocam-se as devidas ressalvas pois o Reiki não é mecânico, tem que haver trabalho interior. O mesmo se passa com um aluno de nível 3 que tirou rapidamente todos os níveis e aquele que levou o seu tempo de trabalho interior e prática. Se és Mestre de Reiki e recebes Reiki dos teus alunos, de quais gostarias de receber? Se eles iniciam o seu trabalho como profissionais, sem experiência, o que sentes em relação a isso. A responsabilidade é deles, naturalmente mas, que oportunidades de formação e crescimento eles tiveram?

O próprio ensino deve mudar, não na essência do Reiki, esse é simples. A mudança tem que estar na vivência, na oportunidade de prática e realização. Temos que mudar a consciência, mudar a prática. A forma como aprendemos Reiki poderá não ser a mais adequada para estes dias, por isso, porque não mudar?

Não tenhas medo de criar oportunidades para os teus alunos. O medo cria apego, o apego traz tristeza e sofrimento. Não tenhas medo de dar alunos aos teus alunos, faz com que eles cresçam, também tu crescerás com isso. Acima de tudo pratica o que ensinas – o amor incondicional também se estende ao novo Mestre de Reiki que formaste.

E tu novo Mestre de Reiki, como honras o que te foi transmitido?

Eu agradeço a todos os meus alunos, pelo crescimento que me trazem, pelo carinho e ensinamentos, pela partilha, desafios e bondade. Que eu também possa sempre crescer para vos dar cada vez mais.

Sou Designer, Mestre, Terapeuta de Reiki, Presidente da Associação Portuguesa de Reiki e fundador da Ser - Cooperativa de Solidariedade Social Autor dos livros «Reiki Guia para uma Vida Feliz», «O Grande Livro do Reiki», «Reiki Usui», entre muitos outros. Fundador da revista "Budismo, uma resposta ao sofrimento". Acima de tudo quero partilhar contigo o porquê de Reiki ser a «Arte Secreta de Convidar a Felicidade».

3 comentários

  • Viviane Beganskas

    Boa tarde. Interessante esse artigo. Sou iniciante do Nível 1, mas intrigada e desapontada (diga-se de passagem), pois passo por essa iniciação convicta de que muitos mestres apenas transmitem um conteúdo no dia da iniciação e depois vire-se. Se o aluno está enfrentando um desafio pessoal e sentindo–se confuso e inseguro o mestre deveria dar respaldo e apoio, isso é algo tão óbvio que não necessita nem ser mencionado, porém, quem me iniciou, recebeu seu dinheiro, passou um conteúdo atraves da leitura de uma apostila resumida, fez uma oração e pronto. Vinte e um dias de autoaplicação e vc ja é um Reikiano. Mas e depois? Onde está o apoio que foi prometido antes do curso? Não existe apoio, pois o “mestre”estä muito ocupado com tantos outros cursos que ministra. O aluno é somente mais um número, sem ter a pretenção de generalizar, pois sei que existem pessoas que levam a sério sua missão, mas essa é minha experiência como iniciante no Reiki…sem respostas, sem apoio, sem motivação pra trilhar essa jornada. Muito triste.

    • João Magalhães

      Olá Viviane, sim, notamos que ainda há muitos mestres que optam por essa forma de ensino, talvez porque eles também assim fizeram o seu percurso. Não quer dizer que seja por uma questão monetária, por vezes é mesmo por fazer como aprendeu a fazer. Mas acredito que as coisas vão mudando ao longo do tempo e trarão um maior esclarecimento e força aos praticantes de Reiki. Tudo de bom!!

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