Budismo,  Meditação

Cittavagga – a mente

Dhammapada_35 Cittavagga – a mente, é o terceiro capítulo do Dhammapada, o caminho da sabedoria do Buda. Após “os pares” e a “diligência”, surge-nos a mente ou o estado mental. Sobre a mente temos sempre muitas perspectivas. Desde pequenos que somos ensinados a pensar, a colocar o pensamento, a razão, à frente da emoção. Mas, chegamos aos dias de hoje e temos cada vez mais saturação mental. Mais pensamentos, mais julgamentos – ansiedade, pânico, depressão. Muitas vezes são estados emocionais que se vão acumulando por uma mente desenfreada, agitada e incerta. Uma mente que não é ainda domada pela consciência observadora.

A partilha deste capítulo do Dhammapada é apenas ilustrativo das considerações de uma cultura oriental. “A mente é muito difícil de ser examinada, é muito subtil, ela inclina-se para aquilo que deseja”. Se compreendermos melhor a mente e o seu funcionamento, seremos mais conscientes. As emoções negativas podem ser transformadas, os pensamentos incessantes podem ser domesticados e no centro, estamos nós – Seres que caminham para a felicidade. Para compreender não é preciso apegarmo-nos a crenças, basta ter uma atitude de aprendiz, esvaziar os preconceitos e observar com a mesma alegria de uma criança que aprende a construir o seu brinquedo.

Cittavagga – a mente

Esta mente agitada, vacilante,
difícil de vigiar e controlar,
o sábio endireitará,
tal como o flecheiro faz com as flechas.
Dhp 33
Tal como um peixe tirado da água
e jogado na terra,
esta mente se debate
enquanto está abandonando o reino de Mara.
Dhp 34
A mente é difícil de ser controlada,
é sempre veloz, ela se inclina àquilo que deseja.
É bom o treinamento da mente,
uma mente bem domada traz felicidade.
Dhp 35
A mente é muito difícil de ser examinada,
é muito sutil, ela se inclina àquilo que deseja.
O sábio deve vigiar a mente,
pois uma mente vigiada traz felicidade.
Dhp 36
Indo longe, perambulando só,
sem forma e repousando numa caverna.
Aqueles que contêm a mente
com certeza se libertarão dos grilhões de Mara.
Dhp 37
Uma pessoa com a mente instável,
que não compreende o verdadeiro Dhamma,
que tem convicção hesitante:
a sabedoria não chega à sua plenitude.
Dhp 38
Alguém que tem uma mente não inundada (pela cobiça),
uma mente que não é abalada pelo ódio,
que abandonou o mal, e o bem também,
um Desperto, para ele não há medo.
Dhp 39
Percebendo que esse corpo é como um pote de barro,
fortalecendo essa mente tal como uma cidade fortificada,
combata Mara com a arma da sabedoria,
enquanto, sem apegos, proteja aquilo que já foi conquistado.
Dhp 40
Ah! Não demorará muito e este corpo
repousará sobre a terra.
Descartado, sem consciência,
inútil como um tronco podre.
Dhp 41
Qualquer dano que um inimigo faça a um inimigo,
ou aquele que odeia ao odiado,
a mente direcionada de forma inábil deveras
poderá causar a uma pessoa o maior dano.
Dhp 42
Aquilo que nem uma mãe, tampouco um pai,
nem qualquer outro ente querido pode fazer,
a mente direcionada de forma hábil deveras
poderá causar a uma pessoa o maior benefício.
Dhp 43

Fonte do texto Dhammapada: Acesso ao Insight

Sou Designer, Mestre, Terapeuta de Reiki, Presidente da Associação Portuguesa de Reiki e fundador da Ser - Cooperativa de Solidariedade Social Autor dos livros «Reiki Guia para uma Vida Feliz», «O Grande Livro do Reiki», «Reiki Usui», entre muitos outros. Fundador da revista "Budismo, uma resposta ao sofrimento". Acima de tudo quero partilhar contigo o porquê de Reiki ser a «Arte Secreta de Convidar a Felicidade».

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