Inspirador

A compaixão e o desapego

Muitas vezes deparamo-nos com a escolha do nosso “objeto” de compaixão e podemos considerar que não temos algo ou alguém com quem exercitar a compaixão meditativa. Será mesmo assim?

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Vamos viajar pelo nosso baú de recordações e vivências. Vamos observar aquelas situações e pessoas que nos foram delorosas. Se me custa ter compaixão para com quem me prejudicou, se tenho receio de chamar “essa energia” de volta, então tenho ainda a trabalhar a compaixão.

Por vezes trabalhamos a nossa construção através do afastamento. De quem eu não gosto eu afasto, a situação que não gosto, eu excluo. Será compreensão ou apenas um adiar da resolução?

“Quando eu chego ao Fundo e ao Leito, ao Riacho e à Fonte da Divindade, ninguém me pergunta de onde venho, nem onde estive. Ali, ninguém deu pela minha ausência, pois ali é onde ‘Deus’ desaparece.” ~ Mestre Eckhart

A compaixão e o desapego devem andar de mãos dadas no caminho para a felicidade e elevação da consciência. Nesta simples frase encontramos vários termos que podem ser complexos. O que é realmente compaixão e desapego?

A compaixão é fruto da nossa busca espiritual, da essência própria, que responde à necessidade de ajudar a superar o sofrimento próprio e dos outros. O desapego é o viver consciente e no momento presente, cultivando emoções positivas, desconstruindo o ego.

Para praticar e desenvolver a compaixão, precisamos desenvolver o desapego. Só poderei chegar à pessoa que me magoou e ajudá-la a sair do seu caminho de ignorância, se não me apegar – ao passado, às situações, à própria pessoa. Com isto não quer dizer tornarmo-nos indiferentes, vazios, frios. Mas sim, tornarmo-nos consciente, positivos e verdadeiramente compassivos e compreensivos com os outros.

Se alguém me magoa, é porque está num caminho de ignorância e eu mesmo me encontro nesse caminho. Também eu tenho que mudar e para isso preciso de consciência, desapego e compaixão para compreender onde estou, como estou e para onde quero ir. Muitas vezes, são as nossas percepções erradas da realidade que nos levam a julgar que estamos evoluídos, quando tanto ainda nos falta para evoluir.

O crescimento e a elevação não fazem parte de uma corrida mas sim de um passeio pela vida, com compaixão e desapego.

Sou Designer, Mestre, Terapeuta de Reiki, Presidente da Associação Portuguesa de Reiki e fundador da Ser - Cooperativa de Solidariedade Social Autor dos livros «Reiki Guia para uma Vida Feliz», «O Grande Livro do Reiki», «Reiki Usui», entre muitos outros. Fundador da revista "Budismo, uma resposta ao sofrimento". Acima de tudo quero partilhar contigo o porquê de Reiki ser a «Arte Secreta de Convidar a Felicidade».

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