Tao

O desapego e o Reiki

desapego - o Tao do ReikiAlcançar o desapego é uma das formas de ultrapassar os ciclos de altos e baixos que vivemos. Esta é uma das jóias do Tao, o caminho mostrado por Lao Tse. O Tao Te King deixa-nos um desafio – preenchermo-nos de vazio. No capítulo 3 e 22, Lao Tse vai deixando uma trilha de pérolas para seguirmos.Será necessário o esvaziar de crenças para a compreender e ver o brilho de cada uma.

Não valorizar, enobrecer e admirar o que é tão ilusório. Esvaziar o coração, as emoções demasiado frágeis e preencher-se de energia (o ventre). Adquirir uma atitude humilde e dedicada ao que é correcto. Ter atenção ao que se possui para que não se seja consumido pela ganância.

Lao Tse termina com um aforismo “Curvar-se permite a plenitude“. Para o pensamento contemporâneo, esta atitude pode até ser ofensiva. Curvar-me, eu? Solta-nos da memória a opressão do patrão, dos pais, da sociedade – as obrigações constantes a que somos submetidos. Mas este curvar nada tem a ver com isso. É o reconhecimento do que é Verdadeiro, que apenas pode ser atingido com o esvaziar de crenças, de ego e apegos.

O desapego e o Reiki

“A raiz do sofrimento é o apego” ~ Buddha

Para um praticante de Reiki o desapego é uma condição necessária para o fluir da energia. Esvaziar a mente, as emoções, o ego – ter o coração predisposto, apenas deixar Reiki fluir. Este desapego traz alegria, torna-nos no verdadeiro bambu – resiliente, predisposto. A prática dos cinco princípios eleva a nossa consciência, transforma o desejo, “o Homem Sagrado abraça a unidade”, como encontramos no capítulo XXII do Tao Te King. Esta unidade é o Universo, tudo o que existe, num sentido próprio. Assim neste desapego compreendemos a importância do que é mau e do que é bom – o yin yang – trilhando cada desafio e alegria na aplicação dos cinco princípios.

Tao Te King

Capítulo III

Não valorizando os tesouros, mantém-se o povo alheio à disputa
Não enobrecendo a matéria de difícil aquisição, mantém-se o povo alheio à cobiça
Não admirando o que é desejável, mantém-se o coração alheio à desordem
O Homem Sagrado governa
Esvazia seu coração
Enche seu ventre
Enfraquece suas vontades
Robustece seus ossos
Mantém permanentemente o povo sem conhecimentos e desejos
Faz com que os de conhecimento não se encorajem e não ajam
Sendo assim
Nada fica sem governo

Capítulo XXII

Curvar-se permite a plenitude
Submeter-se permite a retidão
Esvaziar-se permite o preenchimento
Romper permite a renovação
Possuir pouco permite a aquisição
Possuir muito permite a ganância
Por isso, o Homem Sagrado abraça a unidade
Tornando-a o modelo sob o céu
Não julga por si, por isso é óbvio
Não vê por si, por isso é resplandecente
Não se vangloria, por isso há realização
Não se exalta, por isso cresce
Só por não disputar, nada pode disputar com ele
Antigamente se dizia: “Curvar-se permite a plenitude”
Como poderiam ser palavras vazias?
Assim, ao alcançar a plenitude encontra-se o retorno

Designer, Mestre, Terapeuta de Reiki, Presidente da Associação Portuguesa de Reiki e fundador da Ser - Cooperativa de Solidariedade Social. Autor dos livros «Reiki Guia para uma Vida Feliz», «O Grande Livro do Reiki», «Reiki Usui», entre muitos outros. Fundador da revista "Budismo, uma resposta ao sofrimento". Acima de tudo quero partilhar contigo o porquê de Reiki ser a «Arte Secreta de Convidar a Felicidade».

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